De volta à mesa de negociação nesta quarta-feira (23), o Sindicato Patronal e a Comissão do Sindpd ainda não chegaram a um acordo. Logo de início, o patronato anunciou que viriam boas notícias para a categoria de Tecnologia da Informação. No entanto, as necessidades dos trabalhadores não foram atendidas quanto ao reajuste salarial, licença-maternidade, pisos salariais, vale-refeição (VR) e programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Segundo os empresários, os benefícios não avançam de fato por conta de o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ter ficado abaixo das expectativas em 2012. "A economia não cresceu, o que reflete nas convenções. Os aumentos salariais não serão significativos para se adequar ao cenário econômico", afirmou Luigi Nese, presidente do Seprosp.
Após a recusa anterior do Sindpd, o patronato aumentou a proposta de reajuste salarial de 6,5% para 7%, índice considerado insuficiente. "Crescemos 10% em 2012 e acreditamos que a área vai se expandir ainda mais rápido em 2013, quando a economia começará a sentir de forma mais ampla os efeitos das medidas que foram, e continuam sendo, adotadas pelo governo. Por isso o reajuste deve ser maior, de no mínimo 8% no geral e 10% nos pisos, e o conjunto de benefícios precisa ser melhorado", reforçou Antonio Neto, presidente do Sindpd.
Neto ressalta que a alegação de crescimento mais lento da economia não é o único motivo que está impedindo a evolução da negociação. "Existem pequenos grupos de empresários que querem criar um submercado de TI, pagando salários menores e se desobrigando a bancar direitos já conquistados, como a PLR e o VR. Além de ser injusto com os trabalhadores, cria distorções no mercado, e emperra a nossa negociação coletiva que poderia avançar de forma tranquila. Isto é algo que precisamos superar, não podemos permitir que interesses pontuais sobreponham aos da categoria e do próprio setor", reiterou.
O Sindicato Patronal já aceitou parcialmente as reivindicações do Sindpd para tornar obrigatória a apresentação, publicação e divulgação de política de reembolso por quilometragem e o aumento do auxílio-creche de 30% para 35% do salário normativo, para crianças com até 24 meses, e de 20% para 25%, para os filhos que tenham de 24 a 60 meses. Em relação à estabilidade de aposentadoria, determinou-se uma diminuição de sete anos de serviço para seis na empresa para ter direito ao benefício.
"Avançamos em algumas cláusulas, mas diversos pontos ainda precisam ser discutidos. Reforçamos a licença-maternidade de 180 dias, PLR para empresas com mais de 30 funcionários, aumento no VR para 13 reais e a eleição de delegados sindicais, sendo um representante em companhias com mais de 200 trabalhadores e dois em empresas com mais de mil empregados", frisou Neto.
A próxima rodada de negociação, por enquanto, não tem data marcada e a categoria segue em sinal de alerta.
Resumo da negociação
Principais reivindicações do Sindpd:
– Aumento linear salarial de 8%;
– Aumento de 10% nos pisos;
– Obrigatoriedade de PLR para empresas com 30 ou mais funcionários, abrangendo todas em 2014;
– Pagamento de Vale-refeição de R$13 (valor líquido) por dia para empresas com 30 ou mais funcionários, regra que também valeria para todas em 2014; Aumento de 10% do Vale-refeição para empresas que pagam mais de R$13 diários;
– Inclusão de dez novos pisos salariais, abrangendo cargos como aprendiz de função técnica, programadores e analistas de sistemas;
– Licença-maternidade de 180 dias;
– Reembolso de quilometragem.
Proposta do Seprosp:
– Reajuste salarial de 7%;
– Aumento de 7% nos pisos;
– Garantia ao empregado em vias de aposentaria que tiver seis anos na mesma empresa;
– Obrigatoriedade de apresentação de política de viagens;
– Obrigatoriedade de apresentação de políticas de reembolso de quilometragem;
– Reajuste do auxílio-creche de 30% para 35% do salário normativo, para crianças com até 24 meses, e de 20% para 25%, para os filhos que tenham de 24 a 60 meses;
– Aumento de 10% no vale-refeição, restringidas às empresas com mais de 50 funcionários;
– Obrigatoriedade de apresentação de proposta de PLR para empresas com mais de 50 funcionários.
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