Na última reunião da negociação salarial, realizada nesta terça-feira (29), o impasse se manteve. O sindicato patronal se recusou a aumentar o índice de reajuste salarial e reafirmou a proposta de 7%. Outras reivindicações importantes para a categoria foram alcançadas. 

Após intensa pressão da Comissão de Negociação, o patronato cedeu reajuste de 8,1% a 8,6% nos pisos salariais da categoria, o que representa um aumento real de até 2,4%. Os salários foram reajustados conforme a seguir:

 

Antonio Neto, presidente do Sindpd, apontou um fato importante sobre a realidade salarial. "Há pisos que viram tetos salariais. Muitas empresas têm somente os pisos em sua folha de pagamento, e isso não valoriza a categoria", explicou Neto ressaltando que os pisos são um importante ponto de partida para o reconhecimento dos trabalhadores.

A reunião foi tensa, com quatro interrupções. O Sindpd não mediu esforços para chegar a uma proposta consensual que contemple as necessidades de trabalhadores e empresários. Antonio Neto foi enfático na reivindicação do aumento real de, no mínimo, 1% nos salários, totalizando 7,2% de reajuste. "Avançamos em vários assuntos, mas queremos o que é digno e direito do trabalhador", sentenciou. "A relação que o Sindpd tem com o sindicato patronal sempre foi a de cooperação para a melhoria do mercado e das legislações que protejam o setor", finalizou Neto.

Agora, as empresas que têm mais de 40 funcionários serão obrigadas a apresentar proposta de PLR. Além disso, o VR foi reajustado em 20%, passando a R$ 12 para empresas com mais de 50 empregados. Mas o Seprosp negou a correção para os benefícios já pagos acima deste valor.

Foi fechado aumento no auxílio-creche (que passa a ser de até 35% do piso administrativo). Sobre a licença-maternidade, definiu-se que será estabelecida uma cláusula na convenção coletiva estimulando as empresas a disponibilizarem o benefício de 180 dias, citando que, com esta iniciativa, elas obterão isenção fiscal. 

Para o reembolso de quilometragem, o patronato atendeu à reivindicação do Sindpd sobre a obrigatoriedade de apresentação da proposta desta política ao sindicato. O Seprosp atendeu também à proposta de eleição de um delegado sindical para empresas com mais de 200 trabalhadores.

Apesar destes avanços, Antonio Neto esperava uma posição mais assertiva do patronato em relação ao reajuste salarial. "Se os empresários aumentaram os pisos para mais de 8%, podem também elevar o índice do reajuste linear", pontuou.

Diante do impasse na negociação e da recusa do patronato em atender à reivindicação do Sindpd sobre o reajuste salarial, a diretoria vai analisar o conjunto das propostas e enviará um comunicado ao Seprosp em 30 de janeiro. 

Para manter a transparência e informar os trabalhadores da categoria de TI, o Sindpd disponibiliza os vídeos da quarta rodada da negociação coletiva. Clique aqui e confira.