No final de fevereiro, a imprensa do mundo todo deu grande destaque ao anúncio feio pelo Yahoo! para o fim do Home Office em todos os países onde atua. Especulações davam conta de que essa seria mais uma das ações de Marissa Mayer, CEO do Yahoo!, para o corte de custos na empresa.
Especulações à parte, o comunicado enviado aos funcionários argumentava que a "velocidade e qualidade [do trabalho] são muitas vezes sacrificadas quando se trabalha em casa". E mais: "Muitas de nossas melhores decisões e ideias vêm de discussões na cafeteria ou nos corredores, vêm do encontro com novas pessoas e de reuniões improvisadas".
Será que o Home Office, que ganhou força na última década, está com os dias contados?
Para o coordenador do curso de Gestão de Recursos Humanos da Universidade Metodista de São Paulo, Rafael Chiuzi, a resposta é não. "O que está ocorrendo é um amadurecimento da gestão do funcionário de Home Office. O Home Office funciona, mas não é para todos".
Chiuzi explica que quando surgiu, o Home Office veio como uma salvação, mas que exige uma disciplina que poucas pessoas têm. "Tem ainda a questão da nossa legislação trabalhista, que não atende a essa demanda, e deficiências nas questões de RH, como treinamentos, por exemplo", acrescenta.
Ganhando espaço
Em contrapartida, outro sistema ganha cada vez mais espaço nas cidades brasileiras: o coworking, que surgiu nos EUA e se caracteriza como um local que aluga espaços para vários profissionais, de diversas áreas, para desenvolverem seus trabalhos específicos. São os chamados ‘escritórios colaborativos’.
Se a questão é proporcionar ambiente de troca de ideias, dando asas à criatividade, Roberto Juliani, proprietário da Link2u, coworking sediada em São Paulo, concorda. "Ficar em casa dificulta a ampliação do raciocínio da ideia", diz.
E é justamente a falta do relacionamento interpessoal que mais estimula os profissionais a procurarem pelo coworking. "O espaço permite que você troque ideias, conheça novas áreas, estimule a criatividade. Enfim, o que considero mais importante é o networking", diz a arquiteta Cibele do Amaral, usuária do modelo.
Talvez, a conclusão que se possa tirar dessas idas e vindas é que a procura por um modelo de trabalho que acompanhe os avanços tecnológicos, se adapte aos variados estilos de vida profissional, à legislação trabalhista, e ainda gere economia para empresas e profissionais, ainda terá um longo caminho a ser percorrido.
Fonte: Destak Jornal
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