Organizar, fortalecer e dar subsídio ao trabalho dos profissionais responsáveis pela segurança dos empregados de TI, estes foram os objetivos do 1º seminário de Cipas de Sorocaba e região, realizado na última quarta-feira (2). O evento reuniu trabalhadores, Cipeiros, técnicos de segurança do trabalho, engenheiro do trabalho e representantes de empresas da cidade de Sorocaba e região. Os participantes puderam debater temas como "A Importância da CIPA para os Trabalhadores e as Empresas", com o consultor em Segurança do Trabalho Valdemar José da Silva; "Saúde do Trabalhador", com a psicóloga e especialista em saúde coletiva Renata Scudeler, e "Prevenção e Promoção da Saúde na Empresa" com a médica Glene Rodrigues, que ainda abordou o tema "Stress e Qualidade de Vida".
O presidente do Sindpd, Antonio Neto, lembrou que o Seminário de CIPAs já acontece na cidade de São Paulo há 13 anos e que agora a iniciativa é estender para as cidades do interior e litoral. "Este é um evento muito importante para nós, pois é o momento que tratamos do bem mais precioso dos trabalhadores, a saúde. Já realizamos 13 edições na capital e, este ano, trouxemos a discussão da prevenção de acidentes também para as regionais. Com isso facilitamos a integração dos empregados da região, além de trabalhar necessidades e assuntos específicos", disse Neto.
O secretário de saúde e segurança do trabalho do Sindpd, Antonio Randolfo, reiterou a importância de levar o seminário até o interior e colocar o sindicato mais próximo dos empregados e empresas. "Esta foi uma oportunidade de estreitarmos a relação com os trabalhadores da cidade e do entorno, conhecendo melhor suas necessidades e problemas relacionados ao trabalho. Tenho a convicção de que a troca de informações proporcionada pelo evento contribuirá significativamente para a preservação da vida e do bem estar dos profissionais de TI", frisou Randolfo.
Palestras
A primeira palestra do dia foi ministrada pelo consultor em segurança do trabalho Valdemar José da Silva, que apresentou dados e números de acidentes de trabalho no Brasil. Segundo o palestrante, só no ano de 2010 foram registrados mais de 700 mil acidentes em todo o país. "Na minha experiência como perito judicial em segurança no trabalho vejo que a falta de treinamento é uma das principais causas destes acidentes. Muitas vezes o profissional faz um curso quando entra na empresa e depois permanece 10, 20, 30 anos sem atualização. Os treinamentos devem ser periódicos", lembrou o consultor. Valdemar, que também é vice-presidente regional do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de São Paulo (Sintesp), ainda abordou em sua apresentação temas como: definição de acidentes e doenças do trabalho; histórico da CIPA no Brasil; atribuições do empregado e da empresa sobre a CIPA; e histórico da segurança e saúde do trabalhador no Brasil.
A psicóloga e especialista em saúde coletiva Renata Scudeler foi responsável pela segunda apresentação. Formada pela faculdade de medicina da USP, ela atua como coordenadora do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Sorocaba (Cerest). Dados mostrados pela palestrante contabilizaram mais de 400 mil trabalhadores atingidos por acidentes de trabalho ao ano só no estado de São Paulo, duas mortes a cada 3 horas, 80 mil mutilados, 320 mil acidentados ou adoecidos por agravos relacionados ao trabalho, gerando um custo social de 4,8 bilhões de dólares a cada ano. "O índice de mortes causadas por acidentes de trabalho no Brasil é muito grande se comparados com outros países como Finlândia, França, Canadá ou Espanha. Precisamos que a mídia e a sociedade abordem e disseminem esses casos, para que os trabalhadores e empresas fiquem atentos cada vez mais" disse a especialista. Renata ainda apresentou as ações desenvolvidas pelo Cerest de Sorocaba e falou sobre a Comissão Inter Setorial em Saúde do Trabalhador (CIST), que trabalha com o controle e avaliação de política de saúde dos profissionais.
Para encerrar as apresentações, Glene Rodrigues, médica responsável pelo atendimento médico dos associados do Sindpd de São Paulo, detalhou métodos de prevenção e promoção de saúde nas empresas. Graduada pela Universidade Federal de Juiz de Fora – MG, com especialização em ginecologia, medicina sexual e psicologia comportamental, Glene ainda debateu os temas stress e qualidade de vida. "O stress gera uma fadiga física e mental, afetando tanto a vida pessoal como profissional. Para evitar, é primordial que haja um equilíbrio entre o trabalho, lazer e família. A empresa deve ter comprometimento para fazer prevenções das doenças relacionadas ao trabalho. No caso dos profissionais de TI, deve-se tomar muito cuidado com Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT), pois elas também afetam a qualidade de vida dos trabalhadores", finalizou a médica.
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