Menos de uma semana após ter pedido a paralisação da negociação, o sindicato patronal de TI pediu uma nova reunião para discutir as reivindicações da categoria. 

O Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd) decidiu retomar as negociações, mas reitera que os profissionais do setor continuam insatisfeitos com a proposta dos empresários. A 5ª rodada acontecerá na próxima segunda-feira (10/02) às 14h30.

"Vamos sim participar dessa nova reunião, pois essa é das características do Sindpd: buscar sempre a negociação até o seu limite. Mas o desrespeito ao trabalhador não pode continuar. A categoria quer que suas reivindicações sejam concedidas", afirma o presidente do Sindpd, Antonio Neto. 

Para ele, a atitude reflete a pressão iniciada pelos trabalhadores do setor diante das alegações dos empresários, que afirmam não terem condições de atender aos pedidos dos profissionais da área.

"Todos os anos, o patronato nos apresenta um cenário ruim do setor de TI, com retração, diminuição do lucro, problemas para garantir o emprego. Enquanto todos os indicativos nos demonstram crescimento contínuo bem acima do PIB, déficit de mão de obra em torno de 70 mil, empresas de TI entre as com maior faturamento. A categoria sabe disso, acompanha a negociação e se mostrou indignada", completa. 

Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 8,8% e de 10,3% nos pisos; VR de, no mínimo, R$16 para toda a categoria e reajuste do benefício para quem já recebe valor maior; obrigatoriedade de abertura de negociação de PLR para empresas com mais de 10 funcionários. 

Em reunião realizada nesta segunda-feira (5), a diretoria do Sindpd decidiu convocar uma assembleia para o próximo dia 15 de fevereiro, às 10 horas, na sede do sindicato, para deliberar sobre os rumos da campanha salarial 2014, em especial, sobre a possibilidade da greve dos trabalhadores de TI em São Paulo.

• Reajuste salarial de 6,5%;
• 6,7% de reajuste nos pisos salariais;
• Auxílio-creche no valor de 40% do piso normativo para empregados com filhos de até 24 meses e de 30% para trabalhadores com crianças com mais de 24 meses. 
• Vale-refeição (VR) de R$14 para empresas com mais de 50 empregados; 
• Obrigatoriedade de apresentação de proposta de participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) para empresas com mais de 10 empregados. 

• Reajuste salarial de 8,8%;
• 10,3% de reajuste nos pisos salariais;
• Vale-refeição (VR) de, no mínimo, R$16 para todos os trabalhadores de TI, sem desconto, além de reajuste da categoria nos VRs acima do valor proposto;
• Obrigatoriedade de apresentação de proposta de participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) para empresas com mais de 10 empregados, mas assegurar para 2015 a obrigatoriedade de todas as empresas de TI, independente do número de trabalhadores, apresentarem proposta. Também foi reivindicada a inclusão de um mecanismo jurídico para evitar o tipo de fraude em que o empresário divide a companhia em vários CNPJs para não cumprir a convenção coletiva.