Comunicado do Sindpd
Companheiros e companheiras,
Na tarde de sexta-feira (21), após início das paralisações dos trabalhadores de Tecnologia da Informação, ocorreu no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo audiência em tentativa de conciliação entre o Sindpd e Seprosp.
Novamente, o sindicato patronal não cedeu e o nosso dissídio coletivo irá a julgamento. Por solicitação do Tribunal, com o aval do Ministério Público do Trabalho, o Sindpd concordou em suspender o movimento paredista até o julgamento, mantendo o estado de greve, o que significa a manutenção das garantias asseguradas pela Lei de Greve. Acordamos, ainda, que toda e qualquer paralisação só irá ocorrer caso necessário, após comunicação formal no prazo de 72 horas.
Neste sentido, o Sindpd alerta e esclarece:
- A greve não acabou, foi suspensa; e pode ser retomada, dentro dos preceitos legais, após decisão soberana da assembleia da categoria. Agora todos devem retornar ao trabalho;
- Absolutamente todo e qualquer tipo de coação, perseguição, assédio ou represália aos companheiros é crime e deve ser imediatamente comunicado ao sindicato, para que as devidas providências sejam tomadas.
- Com exceção de pedidos inequívocos de demissão ou de empresas que tenham fechado ou venham fechar acordo com o sindicato, nenhuma demissão, a partir do dia 21 de fevereiro, será homologada;
- A definição do reajuste, do aumento dos pisos, do VR, PLR e demais pontos serão decididos pelo TRT. O Tribunal irá designar um relator para o dissídio e marcará a data do julgamento. Aguardaremos com serenidade e confiança e comunicaremos a todos assim que a audiência for marcada.
A greve dos trabalhadores de TI foi vitoriosa. Empresas vazias, paralisações e uma enxurrada de manifestações nas redes sociais marcaram o dia 21 de fevereiro. A exemplo das manifestações que tomaram São Paulo contra o aumento da tarifa de ônibus, a nossa luta não é apenas econômica, mas, principalmente, por respeito, dignidade e valorização profissional.
Não vamos permitir que os empresários criem uma espécie de subemprego no setor, onde alguns trabalhadores tenham acesso a determinados direitos e outros não. Isso é inconstitucional. Crime, inclusive, contra o próprio setor. Se a nossa greve conseguir acabar com este abuso já será vitoriosa. Mas vamos conquistar mais, sem dúvida.
Trabalhador especializado mantido numa pequena empresa, com piso pequeno e sem benefício, reduz o salário de todo mundo. Temos que estabelecer pisos mínimos para todos; temos que lutar por todos, pois assim estaremos lutando pelos nossos direitos e estaremos exercendo o direito sagrado da luta pela igualdade.
Ficou evidente que as grandes empresas tentaram fazer cartel para pagar PLR mínimo a todos os funcionários, deixando claro que não estão preocupadas em utilizar critério sério para compensar seus funcionários. Elas se uniram para reduzir o seu salário e o seu PLR.
Agora, você se uniu para aumentar a participação no lucro que é fruto do seu trabalho. Esta é a questão: respeito, dignidade e valorização. Vamos seguir lutando por PLR decente, que só sairá se cada companheiro estiver disposto a fazer greve, a fazer pressão, a lutar para que isso ocorra.
Por fim, a diretoria do Sindpd agradece a participação dos companheiros e ressalta que esta greve foi o início de um movimento histórico, onde os profissionais que comandam o mundo moderno decidiram dar seu recado. Vamos seguir em frente para romper com a barreira da exploração.
Vamos à luta!
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