A ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software – mantém otimismo para 2015 no desempenho dos investimentos do setor, mesmo com um cenário econômico desfavorável este ano, onde vários outros setores já antecipam previsões de retração. Segundo o presidente da entidade, Jorge Sukarie, a expectativa é de que no segundo semestre, quando o governo já estiver pondo em prática o ajuste fiscal, o setor de TI responda com crescimento nos investimentos da ordem de 7% a 7,5%.
Essa previsão é maior do que os investimentos registrados pelo IDC (International Data Corporation) no mercado de TI no Brasil (incluindo hardware, software e serviços) em 2014, quando esse crescimento ficou em 6,7%. Sukarie apresentou nesta quinta-feira, 07/05, em Brasília, durante o seminário "Governo e o Setor de TI – Garantia de Inovação, Produtividade e Segurança", os mais recentes números do mercado Brasileiro de Software e Serviços em 2015, apurados pelo IDC.
De acordo com a pesquisa, a Indústria Brasileira de TI está posicionada em 7º lugar no ranking mundial, com um investimento de US$ 60 bilhões, em 2014. Se considerarmos somente o setor de Software e Serviços de TI, sem exportações, o montante somou US$ 25,2 bilhões no ano passado.
O estudo aponta ainda, que o Brasil está posicionado em 1º lugar no ranking de investimentos no setor de TI na América Latina, com 46% desse mercado que, em 2014, somou US$ 128 bilhões. Ao considerar isoladamente o Mercado de Software, o faturamento atingiu no ano passado a marca de US$ 11,2 bilhões, sem exportações. Já o Mercado de Serviços registrou valor na ordem de US$ 14 bilhões em 2014.
Sukarie concedeu uma entrevista à CDTV, do portal Convergência Digital. Ele fala sobre o mercado de TIC e também do impacto de medidas govenamentais, entre elas, o aumento da alíquota da desoneração da folha de 2% para 4,5%, como quer o ministro da Fazenda. Também fala do apoio da ABES à terceirização.
Perfil das empresas
De acordo com a pesquisa, o Mercado Brasileiro de Software e Serviços é liderado por micro e pequenos negócios, com participação de 45,62% e 49,02%, respectivamente. Os empreendimentos de médio porte tem representação de 4,33% e os grandes apenas 1,03%.
Dados Regionais
O estudo também trouxe a distribuição de gastos de TI no país. O Sudeste foi a região com maior participação total nos investimentos em hardware, software e serviços, com 60,67%. O Centro-oeste registrou 10,9% de participação; Nordeste 10,1% e o Sul 14,53%. Já o Norte do país foi o que menos investiu no setor, com um percentual de 3,7%.
Resultado do Mercado de TI
Segundo o estudo da IDC, o mercado de TI no Brasil, incluindo hardware, software e serviços, cresceu 6,7%. Em 2014, foram dispendidos, mundialmente, US$ 2,09 trilhões em TI. No ranking mundial, o Brasil se manteve na 7ª posição, com investimentos na ordem de US$ 60 bilhões, 3% do mercado mundial. Os Estados Unidos manteve a liderança com 679 bilhões de dólares. Já a China superou o Japão com 201 bilhões de dólares e se posiciona em 2º lugar no ranking.
Tendências para o Mercado de TI
A pesquisa aponta que o número de computadores instalados no Brasil chegou a 69,9 milhões, em 2014. O Mercado Brasileiro de TI também contava com 120 milhões de usuários de Internet no ano passado.
De acordo com as tendências citadas no estudo, a receita total com Serviços de Telecom, que incluem soluções móveis e custos de profissionais para redes corporativas, alcançará US$ 104 bilhões, em 2015. O uso de ferramentas móveis chegará a 1/3 dos funcionários de empresas médias e grandes.
Já as vendas de tablets, smartphones e computadores somados representarão 45% dos investimentos em TI no Brasil, em 2015. O estudo ainda prevê uma ampliação do mercado de segurança devido ao avanço do Cloud Computing, chegando a US$ 117 milhões no Brasil, neste ano. Infraestrutura e serviços para Cloud terão crescimento superior a 50% do mercado de Cloud Pública no Brasil, em 2015.
Nas tendências apontadas, a Internet das Coisas ganha visibilidade com a previsão de mais de 130 milhões de "coisas" conectadas no Brasil e, aproximadamente, metade da América Latina. Outro ponto citado está relacionado ao desenvolvimento voltado à 3ª plataforma: "Application Development" e "Deployment" seguirão acelerados, em 2015, chegando a US$ 1.344 milhões. Já Business Intelligence e Analytics devem atingir US$ 788 milhões, em 2015.
A apresentação desse estudo ocorreu durante o Seminário "Governo e o Setor de TI – Garantia de Inovação, Produtividade e Segurança", no qual a ABES reuniu, em Brasília, representantes da Indústria e do Poder Executivo no encontro para discutir temas pertinentes ao setor de TI, como o Marco Civil e a proteção de dados.
Fonte: Convergência Digital
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