No dia 6 de agosto, trabalhadores da Dataprev estiveram reunidos em assembleia para votar a proposta de reajuste salarial de 8,17%, retroativo a maio de 2015, apresentada pela estatal durante a 5ª rodada de negociação da Campanha Salarial 2015/2016. Nela, a empresa oferece duas alternativas de pagamento em que a aplicação do reajuste poderá ser realizada em três vezes (3% em agosto, 3% em outubro e 1,961% em dezembro) ou integralmente na folha de outubro.
Na ocasião, e por votação unânime, os funcionários deliberaram pela rejeição da proposta, reivindicando que a remuneração seja paga em única parcela e de imediato, uma vez que o percentual refere-se à reposição da inflação dos últimos 12 meses, e o parcelamento comprometeria o ganho real dos trabalhadores, já que o ajuste será aplicado aos salários e demais cláusulas econômicas.
Diante do impasse, as entidades de representação da categoria junto com os trabalhadores decidiram reformular a proposta para fechar o Acordo o mais breve possível. "Nós queremos o aumento salarial para já, pois é um direito do trabalhador, e não dá pra ser desse jeito. Queremos o que é nosso por direito e que a dignidade do trabalhador seja respeitada. Quando nós recebemos o aumento salarial? Só ano passado. Agora estamos em maio e a data-base já passou. Estamos com um prejuízo de três meses com a inflação subindo. Temos que refletir e mostrar para eles que a força do trabalhador é o que move a empresa", afirmou Brandão, diretor do Sindpd que compõe a comissão de negociação da companhia.
"Espero que a empresa melhore a proposta, pois não queriam nem repor a inflação. Nós estamos pedindo o que é nosso por direito. Eles acataram o percentual de 8,17%, mas disseram que será vinculado ao pagamento do cliente, e se eles não recebem do cliente, consequentemente não pagam, e isso não é um problema do trabalhador", afirmou Marco de Moraes, assistente de TI e representante da Organização Por Local de Trabalho (OLT). A estatal alega que o pagamento das diferenças estará vinculado ao fluxo de recebimentos das faturas em atraso que a empresa tem a receber.
Ao longo das negociações, a estatal tem mantido o argumento da instabilidade econômica que, segundo eles, impede a construção de um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) mais vantajoso para os trabalhadores da Dataprev, uma das poucas estatais com data-base em maio que ainda não firmou o ACT. "O Acordo deveria ter sido fechado em maio. E por conta de demissões e reestruturação da empresa, isso restringiu a participação dos trabalhadores durante a Campanha Salarial, e não conseguimos chegar a um acordo com a empresa", explica Elisa Lorenzine, assistente técnica de informática e representante da OLT.
A nova decisão deverá ser apresentada na 6ª rodada de negociação, marcada para o dia 12 de agosto, às 10 horas, em Brasília, na sede da Fenadados.
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