Na tarde da última quinta-feira, 10, os trabalhadores da Cobra Tecnologia estiveram reunidos em assembleia deliberativa para negociar proposta de escala de revezamento apresentada pela companhia que, motivada pela obtenção de novas contas, tenta admitir escala de trabalho de 12/36 (horas de trabalho e de descanso, respectivamente).
Após amplo diálogo com a classe trabalhadora, a proposta trazida para votação foi rejeitada por unanimidade de votos. Na busca por um denominador comum, a representação da categoria sugeriu uma contraproposta de turnos ininterruptos de 6 horas, alternativa que também foi recusada pelos profissionais de São Paulo.
De acordo com o diretor do Sindpd Celso Lopes, a indisposição dos trabalhadores em negociar é manifestação clara de protesto contra o desrespeito da gestão atual, em que se vê crescerem as ocorrências de abusos como o assédio moral – matéria que passou a integrar a pauta de prioridades das entidades de representação. "Os profissionais fizeram questão de dizer que estavam rejeitando a proposta não por ela em si, mas em protesto sobre a forma como eles tem sido tratados", disse.
Embora o ato de protesto tenha definido a votação nas assembleias de São Paulo e da Bahia (a rejeição absoluta também preponderou no Amazonas, em Goiás, Pernambuco, e no Rio Grande do Norte), ainda há estados em que a deliberação deverá ocorrer nos próximos dias (Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Sul). Ao menos por enquanto, a alternativa de jornada ininterrupta de 6 horas foi aprovada por apenas quatro estados (Amapá, Distrito Federal, Maranhão e Rio de Janeiro).
DESRESPEITO
Para os sindicatos, a ação foi clara tentativa de desmoralização das entidades enquanto representação máxima dos trabalhadores, uma vez que tenta imprimir que apenas os canais promovidos pela empresa são oficiais e críveis. O tom de desrespeito fez com que os dirigentes deixassem a mesa, interrompendo, assim, qualquer possibilidade imediata de conciliação.
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