Há oportunidades de trabalho para profissionais de tecnologia da informação (TI) nos Jogos Rio 2016. A multinacional Atos abriu 500 vagas, enquanto a ManpowerGroup Brasil, fornecedora oficial para recrutamento e seleção na Olimpíada, procura assistentes de processamento e analistas de segurança. Já a fabricante de equipamentos Cisco montou um programa de capacitação para técnicos de redes de computadores que deve formar, até a abertura do evento, 400 jovens de quatro bairros e comunidades do Rio de Janeiro.
"Estamos contratando para a Atos e o Comitê Organizador dos Jogos", explica Márcia Almstrom, diretora de recursos humanos da ManpowerGroup Brasil. "São mais de 400 profissionais do setor de TI." A seleção começou em janeiro e, até a primeira quinzena de abril, 200 pessoas foram chamadas.
As vagas são para postos no Rio de Janeiro e em cidades que sediarão partidas de futebol, como São Paulo, Manaus (AM), Salvador (BA), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG). Noventa por cento das oportunidades serão para cargos de liderança.
Segundo Márcia, os postos mais difíceis de preencher são para a área de infraestrutura de cabeamento, setor que segue aquecido mesmo com a recessão. "Além de exigirmos inglês fluente, os salários competitivos desse mercado também dificultam as contratações", diz. "O setor de TI foi pouco atingido pela crise econômica."
A Atos, parceira mundial de TI do Comitê Olímpico Internacional (COI), abriu, em março, 500 vagas para a Rio 2016. O processo seletivo vai até agosto. Até a primeira quinzena de abril, foram contratadas mais de 150 pessoas. Há postos disponíveis para gerentes e analistas de TI, segundo a empresa. Do total de candidatos, 70% irão para posições operacionais e 30% para cargos gerenciais.
Francisco Fay, diretor de recursos humanos e marketing da Atos América do Sul, diz que os profissionais vão trabalhar em locais de competição e em bases como a Vila Olímpica, o Centro de Imprensa e o Centro de Operações de Tecnologia (TOC). As atividades incluem planejamento, implementação e suporte de sistemas, além de aplicações críticas e de segurança, como programas de resultados e de credenciamento. A empresa oferece suporte aos comitês dos Jogos desde 1992.
"Os colaboradores serão treinados por uma equipe com experiência em jogos olímpicos, que começou a trabalhar no Rio de Janeiro em 2012, logo após a competição de Londres", afirma. Além de certificados técnicos na área, os profissionais devem falar inglês. "Esse é um desafio importante, porque temos de encontrar especialistas de TI qualificados, que ainda dominem uma língua estrangeira".
Depois da Olimpíada, a intenção é manter o maior número possível de contratados, tanto no Brasil quanto em outros mercados, diz Fay. A Atos tem cerca de 100 mil funcionários em 72 países.
Em parceria com a secretaria de Ciência e Tecnologia da Cidade do Rio de Janeiro e o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, a Cisco desenvolveu o programa Técnico Cidade Olímpica, de formação de mão de obra. Segundo Rodrigo Uchoa, diretor de novos negócios e coordenador do projeto Rio 2016 na Cisco, a primeira fase da ação já diplomou mais de 200 jovens de Triagem, Madureira, Padre Miguel e do Complexo do Alemão. Mais 200 candidatos serão formados ainda neste semestre.
"O objetivo é promover a inclusão social e colaborar com a capacitação profissional de técnico de redes para que os alunos possam ser contratados pelos parceiros de tecnologia da Rio 2016 ou consigam outras oportunidades no setor", explica. A metodologia e os conteúdos utilizados nas aulas são os mesmos de um programa de capacitação global da empresa.
Para desenvolver o projeto de ensino e formar instrutores, a Cisco instalou um laboratório em Triagem, na Zona Norte do Rio. O local recebeu mais de três toneladas de equipamentos, como computadores e câmeras, segundo informações da empresa. "A iniciativa de capacitação continuará após os Jogos", afirma Uchoa.
André Sarcinelli, diretor de engenharia da América Móvil no Brasil, afirma que a Embratel e a Claro, empresas do grupo, deverão ter cerca de duas mil pessoas dedicadas ao evento esportivo, mas não estão previstos recrutamentos específicos. "Em grande parte, vamos utilizar recursos internos e firmar contratos com parceiros para a prestação de serviços", diz. O time é formado por engenheiros, técnicos e profissionais de atendimento, que vão garantir o funcionamento das redes de TI. As companhias são fornecedoras e patrocinadoras oficiais da Olimpíada, na categoria telecomunicações.
Fonte: Valor Econômico (28/4/2016)
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