O último dia 15 de maio foi marcado por momentos de tensão, debates, mas, principalmente, possibilidades durante as quatro assembleias realizadas nas empresas Serpro – unidades Luz e Socorro-, Dataprev e Cobra Tecnologia para tomar novos direcionamentos com relação aos Acordos Coletivos de Trabalho de 2018/2019.
Paulo Roberto de Oliveira, secretário de finanças do Sindpd e diretor de Políticas Sindicais da FEITTINF (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação), lamentou a demora do processo da apresentação de uma proposta aceitável por parte das empresas. “Elas mostram, mais uma vez, que não tem comprometimento com os seus empregados, e isso está sendo debatido nas assembleias”, disse o representante.
Confira abaixo o que foi decidido em cada uma delas.
Serpro: uma contraproposta
Em São Paulo a reunião na unidade Luz aconteceu às 10h e na unidade Socorro, às 14h, no entanto, o resultado foi linear: a proposta inicial foi rejeitada e todos os trabalhadores aprovaram a apresentação de uma contraproposta.
A Serpro pretende mexer em 12 cláusulas, como as que tratam do adicional de hora extra e adicional noturno.
No momento, a FEITTINF vai notificar o Serpro para apresentação da contraproposta. “Não podemos compactuar com o que está acontecendo”, afirmou o representante da OLT, Ludgero Galvinas.
Em Mato Grosso e no Paraná a proposta também foi rejeitada e aprovada a paralisação por 24 horas; os trabalhadores de Alagoas não obtiveram resultados com a assembleia, segundo o secretário da Federação.
Paralisação na Dataprev
Durante a assembleia na Dataprev, que aconteceu às 11h e reuniu mais de 100 pessoas, os diretores falaram com os trabalhadores sobre os problemas enfrentados nas negociações salariais.
Diante do impasse, os trabalhadores optaram pela paralisação de 3 dias a partir da próxima segunda-feira, 21.
Em Alagoas a proposta da empresa foi aceita em votação realizada junto aos trabalhadores.
Cobra: greve por tempo indeterminado
A Cobra foi a última assembleia a ser realizada, às 15h, e reuniu mais de 100 profissionais que anseiam por respostas com relação ao futuro do Acordo Coletivo. Além de São Paulo, marcaram presença trabalhadores de Barueri, Campinas, Vale do Paraíba, Santos e do ABC paulista.
Na ocasião foram repassadas as novidades referentes às negociações salariais, com a colaboração de membros da OLT. Sem avanços, os trabalhadores reclamaram da indisposição da empresa à negociação e da tentativa incessante de retirada de direitos.
“A Cobra tem data-base em outubro, um período um pouco inferior ao do Serpro e Dataprev, mas, de qualquer forma, está numa posição desconfortável porque ainda não foi apresentada uma proposta econômica”, ressaltou Paulo Roberto de Oliveira, da FEITTINF. A empresa continua oferecendo 0% de reajuste salarial.
A partir da próxima segunda-feira, 21, a Cobra passa a integrar a greve por tempo indeterminado, iniciativa aprovada por unanimidade até que a empresa apareça com uma solução. “A Cobra respondeu com a greve por tempo indeterminado por terem se sentido ofendidos pela posição da empresa com relação ao reconhecimento”, lamentou o secretário da FEITTINF.
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