Após a constatação de dívidas e prejuízos que ultrapassam os R$ 8 milhões, a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp) informou na semana passada o Plano de Demissão Voluntária (PDV). A empresa alega que a medida é uma tentativa de se estabilizar economicamente.
O Sindpd, que tem base de funcionários dentro da Coderp, se posiciona contra essa ação e afirma que a dificuldade financeira estabelecida até o presente momento não é relacionada aos salários pagos aos trabalhadores e sim fruto de milhões em dinheiro desviados ao longo dos anos pelas gestões imprudentes, que culminaram na Operação Sevandija realizada pela Polícia Federal em 2016. Na ocasião foram presas várias pessoas da Administração pública, envolvendo prefeita, secretários e diretores da Coderp.
Para o diretor Carlos Carmo da Silva, que atua na regional do Sindpd em Ribeirão Preto, a Coderp penaliza os trabalhadores de forma injusta, se valendo do discurso de que mão de obra gera muitos custos, tudo com intuito de se isentar da responsabilidade com a classe trabalhadora.
Segundo o diretor, enquanto estimulam os trabalhadores a assinarem o PDV, a Coderp continua com promessas que nem sequer foram tiradas do papel, como o saneamento da empresa, procura de novos parceiros e contratos na região metropolitana, modernização do parque tecnológico e outras.
Com história de décadas de relacionamento com o Sindpd, os funcionários têm seus salários com adição de benefícios conquistados ao longo desse período de negociações através do sindicato. Atualmente a empresa está sendo objeto de discussão judicial no Sindpd por estar deixando de pagar alguns benefícios que são de direito dos trabalhadores.
Papel da prefeitura
A Prefeitura e sua administração posterior aos fatos explanados nunca cumpriu sua parte do que foi prometido para a recuperação da Coderp. Até o momento a empresa fez por volta 40 demissões de funcionários concursados, apesar de manterem 30 cargos comissionados oriundos da época da operação Sevandija, que na época eram terceirizados, sem que a empresa tenha tomado qualquer providência para legalizar a situação após quase quatro anos, inclusive desobedecendo o que foi acordado com o Ministério Público.
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