A IBM Brasil virou alvo da revolta de trabalhadores e internautas na última semana após ofertar uma vaga de trabalho na qual diz que “a empresa não contratará pessoas que residam em Minas Gerais”, mesmo que o cargo seja remoto.
O anúncio causou revolta nas redes sociais e chegou até o Sindpd-SP, que fez coro com as críticas generalizadas. Uma das publicações já atingiu mais de 700 mil reações no Twitter (X) (Confira clicando aqui).
A empresa alega, no anúncio, que a exclusão de mineiros se deve a “questões institucionais”, mas a razão pode ser outra. Explica-se: a IBM Brasil, embora seja reconhecida amplamente como uma empresa de tecnologia da informação (TI), se declara como empresa de comércio em todo o país, curiosamente, categoria que possui uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) bastante inferior à categoria de TI, em regra.
Isto ocorre em todo o Brasil, menos em Minas Gerais, pois a Justiça do Trabalho mineira atendeu a uma ação do sindicato local (SINDADOS/MG), a reconhecendo como empresa de TI e a condenando a pagar os devidos direitos trabalhistas retroativos a 5 anos para todos os trabalhadores e ex-funcionários.
A decisão da justiça mineira já está transitada em julgada, não cabendo mais recursos, e pode servir como precedente para uma enxurrada de ações por todo o país.
Em tese, ao não contratar profissionais de MG, a empresa se esquiva da CCT de TI, que garante, por exemplo, uma jornada de trabalho de 40 horas semanais.
Após a repercussão do caso, a empresa apagou o anúncio. Mas como constumam dizer, “o print é eterno”.
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