Após dois painéis no período da manhã, o Techday do Sindpd-SP (Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo) teve um momento de troca de experiências e descontração com um almoço gratuito especial para as participantes.
Na sequência, uma apresentação com a comediante Ju Querido divertiu a plateia com dinâmicas de grupo e piada sobre os homens, a sociedade e o mundo feminino.
Ju Querido divertiu a plateia com sua apresentação bem-humorada / Foto: Divulgação/Sindpd
Em seguida, foi o momento de retomar os debates, desta vez com o painel “Desafios na carreira”, do qual participaram Carmela Borst, Rayane Jacobson e Fernanda Souza, mediado pela psicanalista e pedagoga Maria Auxiliadora Camargo.
CEO da SoulCode, escola que tem como objetivo democratizar a educação digital, Carmela iniciou sua exposição agradecendo ao Sindpd pelo apoio ao longo dos anos e ressaltou como o sindicato foi importante em sua vida em um momento em que ela estava trocando de emprego.
Ela contou que, há 30 anos, quando começou em seu primeiro emprego, era a única mulher. Desde então, as mulheres ganharam e seguem ganhando espaço no setor, mas Carmela destacou que é importante que uma mulher sempre traga mais uma consigo, pois os homens ainda ocupam 75% das vagas em TI.
Carmela Borst falou sobre a experiência de formar outras mulheres através dos projetos da SoulCode / Foto: Divulgação/Sindpd
“A gente investe muito em tecnologia e pouco em pessoas. Quando a gente fala em competência digital, é impossível fazer um projeto inovador, que possa realmente ser transformacional, se tivermos apenas pessoas iguais, vindas dos mesmos lugares, com as mesmas formações, com as mesmas visões. A única forma que a gente tem, em tecnologia, de inovar, é tendo diversidade”, afirmou.
Hoje engenheira de dados, Fernanda Souza compartilhou que vem da periferia e, por muito tempo, não podia estudar. Por isso, seu propósito atualmente é incentivar outras mulheres a estudarem e ajudá-las a vencer um sistema “que logo de cara te joga para fora”, com as condições desiguais de acesso à educação e à tecnologia.
“Quando você é mulher, dizem que você não vai conseguir chegar a lugar nenhum trabalhando com tecnologia, mas nunca é tarde para mudar de carreira e de vida”, disse ela, que migrou para TI após trabalhar na área cultural.
A engenheira de dados Fernanda Souza falou sobre as dificuldades que uma mulher negra e periférica enfrenta para ingressar no mercado de TI / Foto: Divulgação/Sindpd
Cofundadora e diretora de marketing da 200DEV, Rayane Jacobson enfrentou inúmeros desafios enquanto mulher e pessoa com deficiência (auditiva). Ela migrou de Goiânia para São Paulo e trabalhou na área de eventos durante sete anos antes de resolver ingressar no mundo da TI.
Rayane destacou que a discrepância entre homens e mulheres no mercado de trabalho como um todo, não apenas em TI, se dá também por razões econômicas. O papel de cuidados com a casa e a família exercido principalmente pelas mulheres, se fosse remunerado, custaria cerca de 50 trilhões de dólares por ano.
Deficiente auditiva, Rayane Jacobson inspirou participantes com sua trajetória profissional / Foto: Divulgação/Sindpd
Isso explica também, por exemplo, por que a licença-paternidade segue sendo de apenas cinco dias, embora todos concordem que a equiparação entre licença-maternidade e paternidade seria uma medida que reduziria drasticamente a desigualdade para as mulheres tanto em casa, quanto no mercado de trabalho.
A última palestra do dia foi realizada em parceria com a Barsi Investimentos, com a assessora de investimentos Islene Matos. Ela falou para as participantes sobre a importância de fazer um planejamento das finanças para atingir objetivos pessoais e profissionais.
Participantes do Techday acompanharam uma palestra de planejamento financeiro feminino / Foto: Divulgação/Sindpd
O Techday foi encerrado com o sorteio de dois iPhones 16 para sócias e contribuintes. As vencedoras foram Caroliny Martins, que concorreu dentre as que trabalhadoras que participaram dos eventos da Maratona 8 de Março, e Debora Melo, que ganhou o iPhone sorteado dentre aquelas que estavam presentes no evento.
Associada do Sindpd, Cristiane Terrani também ganhou o livro “Mulheres na Tecnologia”, recebendo a obra das mãos de Priscila Mansonetto e Antonio Neto.
Associadas do sindicato concorreram a prêmios como iPhones 16 e o livro “Mulheres na Tecnologia” / Foto: Divulgação/Sindpd