Tarifaço – As bolsas de valores dos Estados Unidos registraram uma perda combinada de US$ 6,08 trilhões em apenas dois dias de negociações, de acordo com dados da Elos Ayta Consultoria. Desde o início do mandato do presidente Donald Trump, em 20 de janeiro de 2025, o prejuízo acumulado já chega a US$ 9,81 trilhões.
O tombo dos últimos dias foi liderado principalmente pelas “Sete Magníficas”, grupo que reúne as sete maiores empresas de tecnologia do mercado: Tesla, Apple, Amazon, Google, Meta, Microsoft e Nvidia.
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Nos dias 3 e 4 de abril, após o anúncio de tarifas recíprocas entre EUA e China, essas companhias tiveram uma desvalorização conjunta de US$ 1,83 trilhão. Desde o começo do governo Trump, o declínio no valor de mercado dessas gigantes já soma US$ 4,26 trilhões.
Dentre as maiores baixas, a Nvidia liderou as perdas na sexta-feira (4), com queda de US$ 183 bilhões, totalizando uma desvalorização de US$ 1,07 trilhão no ano. Apple e Microsoft também apresentaram quedas expressivas, acumulando perdas de US$ 533 bilhões e US$ 515 bilhões, respectivamente, desde janeiro.
O impacto não se limitou ao setor de tecnologia. As demais empresas norte-americanas tiveram uma perda de US 2,37 trilhões, superando a queda de US 1,88 trilhão registrada no dia anterior. Em apenas 48 horas, o valor de mercado dessas companhias encolheu US 4,25 trilhões, elevando o prejuízo acumulado em 2025 para US 5,54 trilhões.
Na sexta-feira, o Nasdaq adentrou o chamado bear market, com queda de 22% em relação ao pico histórico alcançado em dezembro. Enquanto isso, o Dow Jones registrou o pior desempenho desde junho de 2020, e o S&P 500 teve sua maior queda diária desde março do mesmo ano.
Crise de confiança no mercado
A aversão ao risco se intensificou após a China anunciar medidas retaliatórias contra as tarifas impostas pelos EUA. O país asiático, segunda maior economia do mundo, estabeleceu uma taxa de 34% sobre produtos norte-americanos, que entrará em vigor na quinta-feira (10) — um dia após a implementação das tarifas dos EUA sobre importações chinesas.
A guerra comercial entre as duas potências gerou ondas de instabilidade nos mercados globais, aumentando os receios de uma desaceleração econômica. O JP Morgan, por exemplo, elevou para 60% a probabilidade de uma recessão mundial até o final de 2025.
(Com informações de Money Times)
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