Transição tecnológica justa – Nesta sexta-feira (09), a ministra de Relações Institucionais do governo federal, Gleisi Hoffmann, se reuniu com conselheiros representantes dos trabalhadores no âmbito do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável – CDESS, o Conselhão, órgão colegiado de assessoramento direto do Presidente da República, para debater as prioridades e reivindicações da classe trabalhadora para 2025 e próximos anos.
A reunião ocorreu durante um almoço no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Paulo, e contou com a presença de representantes de centrais sindicais, como a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), e de federações sindicais, como a Fenati (Federação Nacional dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação), entidade a qual o Sindicatos dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo (Sindpd-SP) é filiada.
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Presidente da CSB e do Sindpd-SP, Antonio Neto defendeu a importância de se tratar a transição tecnológica como tema central nas discussões sobre o futuro do trabalho. “A transição tecnológica, em 5 anos, entre 5 e 10 anos, vai gerar 84 milhões de desempregados. E nós não estamos discutindo isso como deveríamos. No Brasil, com a escolaridade baixa, o impacto da tecnologia no nosso país vai ser profundo. Então a transição justa, também nessa questão da tecnologia, eu acho que é uma pauta que nós temos que discutir e rapidamente”.

O líder sindical acrescentou que o Conselhão pode desempenhar um papel importante nestas discussões acerca da transição tecnológica. “Em que pese que teremos 84 milhões de desempregados no mundo, nós também geraremos 67 milhões de novas funções. Então como é que nós vamos fazer essa transição tecnológica, com formação, qualificação, para que a gente possa dar frente a esse momento”, pontuou Neto.
Também presente no encontro, o presidente da Fenati, Emerson Morresi, destacou que é preciso pensar em uma transição tecnológica justa que proteja os trabalhadores. “A tecnologia avança e não podemos ignorar seu potencial para gerar crescimento e eficiência. Mas esse progresso não pode ser construído sobre as costas dos trabalhadores. Uma transição justa exige que nenhum emprego seja perdido sem garantias: qualificação, recolocação e proteção social”.
Morresi também ressaltou que as inovações tecnológicas não podem ser usadas como justificativa para perda de direitos e precarização das condições de trabalho. “Queremos inovação, sim, mas com diálogo, planejamento e responsabilidade. O futuro do trabalho deve ser discutido com os trabalhadores. Não aceitamos retrocessos em direitos sob o pretexto da modernização. O desenvolvimento é verdadeiro só quando beneficia a todos”, argumentou.