Identificado em dezembro de 2024, o asteroide batizado de 2024 YR4 ganhou notoriedade no início de 2025 por apresentar uma chance relevante de colidir com a Terra em 2032. Com o avanço das observações, esse risco inicialmente cresceu, mas logo começou a diminuir até praticamente ser descartado. Agora, o foco se deslocou: novos cálculos mostram um aumento na possibilidade de o objeto atingir a Lua, reacendendo o interesse da comunidade científica.
Utilizando o Telescópio Espacial James Webb (JWST), a NASA conseguiu capturar imagens do asteroide em maio por meio de sua câmera infravermelha. A partir desses registros, uma equipe liderada pelo cientista Andy Rivkin, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, refinou a previsão de trajetória do corpo celeste. Com isso, a margem de precisão nos dados foi aprimorada em cerca de 20%. Segundo a agência espacial norte-americana, isso fez com que a chance de colisão com a Lua subisse de 3,8% para 4,3%.
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Apesar do aumento, o risco ainda é considerado baixo e sem impacto significativo. Especialistas afirmam que, mesmo em caso de impacto, a órbita da Lua não seria afetada. O astrônomo Pawan Kumar, ex-integrante do Instituto Indiano de Astrofísica em Bengaluru, destacou que possíveis fragmentos lunares lançados pelo impacto não seriam uma ameaça para a Terra, pois se desintegrariam ao entrar na atmosfera terrestre.
Quais seriam os efeitos do impacto do asteroide na Terra?
Com um tamanho estimado entre 53 e 67 metros – equivalente à altura de um prédio de dez andares – o 2024 YR4 chegou a causar apreensão ao ser descoberto, já que apresentava uma chance superior a 1% de atingir o nosso planeta, o maior índice já registrado para um objeto com essas características. Em fevereiro, essa estimativa chegou a 3,1%, antes de começar a reduzir com a obtenção de novos dados.
Se tivesse colidido com a Terra, o impacto provavelmente geraria uma explosão atmosférica capaz de estilhaçar janelas e causar danos a estruturas leves. A área potencialmente atingida incluía o oceano Pacífico, regiões da América do Sul, África e sul da Ásia. Segundo a NASA, mesmo com um impacto no mar, a formação de tsunamis seria improvável.
Com medições adicionais, a chance de colisão foi sucessivamente reduzida: primeiro para 1,5%, depois para 0,3%, até atingir apenas 0,004%. Em 24 de fevereiro, a NASA anunciou que o asteroide não apresentava mais risco de impacto e passaria em segurança pela Terra. Desde então, cientistas confirmaram que ele não representa ameaça futura ao planeta.
Monitoramento será retomado em 2028
Pesquisas recentes indicam que o 2024 YR4 se originou no cinturão de asteroides localizado entre Marte e Júpiter, sendo gradualmente deslocado até se aproximar da órbita terrestre. Desde abril, o objeto se encontra distante demais para ser observado, mas deve se tornar visível novamente em 2028, quando voltará a ser acompanhado por astrônomos.
Na próxima oportunidade, os cientistas pretendem estudar mais a fundo a composição e a forma do asteroide. Essas informações são fundamentais para compreender o comportamento desses corpos celestes e avaliar possíveis cenários em caso de impacto, seja com a Terra ou com a Lua.
Embora atualmente não represente perigo, o asteroide 2024 YR4 serviu como um exercício prático para os protocolos de defesa planetária. A situação permitiu que especialistas testassem todas as etapas envolvidas: desde a detecção inicial até a análise, os cálculos de risco, a comunicação ao público e as estratégias de resposta.
(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik)