As observações realizadas pelo Telescópio Espacial James Webb em 2025 marcaram uma nova etapa na exploração de exoplanetas. Mais do que identificar mundos fora do Sistema Solar, o observatório passou a analisar suas atmosferas em detalhe, permitindo compreender condições físicas e químicas que podem favorecer — ou inviabilizar — a presença de vida.
Entre os destaques está o TOI-561 b, um planeta rochoso extremamente quente, coberto por magma. Mesmo com temperaturas extremas e forte proximidade com sua estrela, o Webb encontrou indícios de uma atmosfera densa ao seu redor. A descoberta surpreendeu cientistas, que consideravam improvável a manutenção de gases nesse tipo de ambiente, e reforçou a ideia de que planetas rochosos podem ser mais resistentes do que se imaginava.
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Outro foco de atenção foi o LHS 1140 b, apontado como um dos principais candidatos a abrigar água líquida. As análises sugerem que o planeta pode ter uma configuração conhecida como “mundo globo ocular”, em que um hemisfério permanece congelado enquanto o lado voltado para a estrela sustenta um oceano líquido. Esse cenário aumenta o interesse da comunidade científica por seu potencial astrobiológico.
A busca por sinais diretos de vida ganhou força com as observações do K2-18 b. O Webb detectou metano e dióxido de carbono em sua atmosfera, reforçando a hipótese de que se trata de um planeta coberto por oceanos sob uma atmosfera rica em hidrogênio.
O dado mais intrigante, porém, foi a identificação provisória de dimetil sulfeto, uma substância que, na Terra, está associada quase exclusivamente a organismos microscópicos marinhos. Embora os resultados ainda exijam confirmação, a detecção é considerada a pista mais promissora de possível atividade biológica fora do Sistema Solar.
Nem todas as conclusões, no entanto, foram otimistas. O sistema TRAPPIST-1, conhecido por abrigar sete planetas rochosos, revelou limitações importantes. Observações indicam que alguns desses mundos podem ter perdido grande parte de suas atmosferas devido à intensa atividade da estrela anã vermelha que os orbita. Ventos estelares fortes, acoplamento de maré e a falta de camadas protetoras de gás aparecem como obstáculos significativos à habitabilidade.
Apesar dos desafios, os resultados obtidos em 2025 mostram que o James Webb está ampliando a fronteira do conhecimento astronômico. A análise detalhada das atmosferas permite ir além da simples localização de exoplanetas, aprofundando o entendimento sobre sua composição e dinâmica. Com a coleta contínua de dados, os cientistas esperam refinar as observações e esclarecer se alguns desses mundos distantes podem, de fato, sustentar formas de vida.
(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik)
