“Num momento em que a maioria dos setores negociam redução de salários e jornada de trabalho em virtude da crise internacional, o Sindpd conquistou o que, para muitos este ano, pareceria impossível: aumento real de salários e avanços em nossa Convenção Coletiva de Trabalho”, afirmou o presidente do Sindpd, Antonio Neto, ao informar à categoria os termos econômicos e sociais da Convenção Coletiva 2009, que garatiu novos benefícios aos trabalhadores de Tecnologia de Informação.
O acordo foi fechado nesta quinta-feira, dia 29, e foi um passo importante não só para a categoria, mas também para a luta dos trabalhadores brasileiros, já que o sindicato conseguiu um acordo modelo que alcançou um importante índice de reajuste de 7,1% para todas as faixas salariais. Nos pisos salariais, o aumento foi ainda maior. O menor salário que pode ser pago a um digitador será de R$ 768,00, o que representa um reajuste de 7,48%. Um técnico passará a ganhar, no mínimo, R$ 840,00 (7,69%). Os funcionários do setor administrativo terão um aumento de 12,15% e o salário passará a ser de R$ 600,00. Já para os office boys, o reajuste será de 14,24% (R$ 480,00).
Além das questões econômicas, ficou acordado melhorias significativas em 14 itens da Convenção Coletiva, como: a gestante será liberada, pelo menos, 9 vezes para consultas médicas durante gestação; estabilidade de 30 dias para o pai após o nascimento do filho; pagamento obrigatório da primeira parcela do 13º Salário até 1º de julho; pagamento de 60% da diferença entre o salário e o valor do auxílio doença pago pelo INSS por 180 dias, entre outras.
Em seu blog, o presidente do Sindpd e da CGTB, destacou que “esta conquista é resultado de um acúmulo de forças, de trabalho e empenho para garantir que o setor de tecnologia de informação obtenha um crescimento significativo, e que este desenvolvimento se reflita nos ganhos aos trabalhadores”.
Neto fez ainda um levantamento dos acordos coletivos no ano de 2008, ano em que o país e a economia mundial voavam em céu de brigadeiro, quando as perspectivas de crescimento eram as melhores possíveis, mostrando que os índices conquistado pelo Sindpd, neste período de negatividade, foram uma grande vitória e apontam o caminho para outros setores que sofrem pressão para aceitarem redução de salários e direitos.
Segundo o Dieese, dos 309 acordos salariais fechados entre janeiro e setembro de 2008, 14% não recuperaram a inflação e 12% apenas empataram.
Vejam os demais números:
De 0,01% a 1%: 37,2%
De 1,01% a 2%: 26,2%
De 2,01% a 3%: 6,1%
De 3,01% a 4%: 3,6%
Ganho real acima de 4%: 0,3%
Na avaliação do presidente do Sindpd, “começamos o ano com o pé direito. Sabemos que este será um ano de muitos desafios, em especial, para a nossa categoria, que tentará sensibilizar o governo de que é possível expandir o nosso setor através de incentivos que busquem nos dar condições para ampliar o espaço existente no mercado externo e interno”.
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