O presidente do SINDPD, Antonio Neto, suspendeu as negociações com o sindicato patronal na manhã desta segunda-feira (8), quando foi realizada a 6ª rodada de reuniões. O fato ocorreu após o presidente do Seprosp, Luigi Nese, não ter avançado o suficiente na contraproposta patronal, além de ter piorado os termos das cláusulas já acordadas anteriormente na mesa de negociação.
Segundo Antonio Neto, “a categoria não merece o tratamento que está recebendo do sindicato patronal. Nossas reivindicações são justas, muitas delas já são praticadas no mercado. Os índices que pleiteamos correspondem à inflação e a uma pequena parcela dos lucros angariados pelo setor no ano passado. Não tem sentido esta idiossincrasia do setor patronal. Não nos deixaram outra alternativa, suspendemos as negociações e agora iremos aprofundar a luta por empresa. Precisamos intensificar a mobilização”.
A contraproposta apresentada pelo presidente do Seprosp nesta segunda-feira foi praticamente igual a da última reunião, exceto pelos “excetos”. O índice avançou apenas para 5,2%, enquanto algumas cláusulas passaram a excluir trabalhadores em determinadas situações, como o plano médico que não seria garantido para profissionais em regime de experiência.
“Novamente, o Seprosp sequer falou sobre o vale refeição e sobre PLR. Para piorar, ainda limitou alguns quesitos que já estavam acordados. Insisto que existem alguns pontos fundamentais para nós. Além dos pisos e do aumento de 7,5%, a redução da jornada ainda em 2010, os dois pontos citados acima, o pagamento de horas extras referentes aos deslocamentos para prestar serviço fora do domicílio e o plano médico são direitos que não abrimos mão”, afirmou Antonio Neto.
O presidente do SINDPD acrescentou que “nós temos maturidade o suficiente para medir as conseqüências dos nossos atos. A categoria está coesa e sabe que 1% de aumento não faz diferença no nosso salário. Agora, o conjunto da obra, os benefícios e os conceitos que estamos lutando para implementar na nossa CCT fazem. Como eu falei no início das conversas: está na hora de colocar as castanhas do trabalhador para assar, queremos que o patronato divida um pouquinho dos lucros que conseguiu com o nosso esforço”.
Segundo dados da SOFTEX (Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Software), entidade que reúne patrões, academia e governo, as empresas de TI obtiveram um faturamento de R$ 52,8 bilhões em 2009, número que representa um aumento de 9,3% em comparação a 2008. A previsão de crescimento para 2010 está na casa dos 9,2% (R$ 57,7 bilhões).
O mesmo estudo aponta que, entre 2004 e 2007, a receita líquida da indústria brasileira de software e serviços de TI no mercado externo expandiu, em média, a 53,4% ao ano. A previsão é de que em 2010 ocorra a mesma expansão.
“Nós estamos com todos os estudos e argumentos suficientes para levar o debate aos Tribunais. No entanto, buscaremos alcançar estas conquistas nas empresas que estiverem dispostas a negociar de forma coerente. Deixamos claro isso na mesa de negociação e as empresas estão cientes que o acordo de banco de horas não está mais em vigor. Vamos seguir a nossa luta, não abrimos mão dos direitos dos profissionais da nossa base”, completou Neto.
Assista ao vídeo abaixo:
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