O presidente da Telebrás, Rogério Santanna, reagiu às críticas de multinacionais que reclamam da preferência a empresas com tecnologia desenvolvida no Brasil nas compras da estatal para fazer funcionar a rede de fibras ópticas do Plano Nacional de Banda Larga.
Em especial, Santanna se referiu aos comentários apresentados pela Alcatel-Lucent durante a consulta pública do edital para os equipamentos DWDM, tecnologia escolhida para “iluminar” as fibras. Segundo a empresa, a preferência aos nacionais levará a Telebrás a adquirir produtos “obsoletos”, no lugar do “que há de mais moderno no mercado internacional em termos de estado da arte em equipamentos ópticos”.
“A crítica não tem uma base correta. Adotamos o caminho de escolher equipamentos com a melhor relação custo-benefício, além da opção por equipamentos maduros, testados. E temos que levar em conta que a rede de fibras é antiga, daí a cautela de trabalhar com 10 GB num primeiro momento e irmos crescendo gradativamente”, afirmou Santanna.
Na mesma consulta, algumas empresas defenderam que a Telebrás adotasse o pregão em diferentes lotes para evitar a escolha de um único fornecedor para todos os equipamentos DWDM. Para o presidente da estatal, no entanto, a divisão traria dificuldades e, por isso, só deve ser adotado nos demais editais – camada IP e equipamentos de rádio-enlace.
“Como poderiam não ser equipamentos compatíveis, aumentaria os custos relacionados à interoperabilidade. Isso exigiria duplicar equipamentos e até mesmo engessar a gestão, impedindo o aproveitamento daqueles que estão no Anel Sul, por exemplo, no Anel Nordeste”, sustentou.
Já no caso do uso das prerrogativas da Medida Provisória 495/2010 – que altera a Lei de Licitações e permite restringir o pregão a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no Brasil – Santanna lembrou que mesmo que a MP venha a ser alterada no Congresso, onde 31 emendas já foram apresentadas, os pregões já terão sido realizados e os contratos assinados antes de qualquer mudança.
“Consideramos natural que o governo estimule a indústria nacional. Este mecanismo é utilizado em diversos países, especialmente na China e nos EUA. Aqui no Brasil nós já tínhamos avançado com relação às encomendas da Petrobrás e recentemente no setor de Tecnologia da Informação, rendendo ganhos extraordinários para a economia e para a geração de empregos”, afirmou o presidente do Sindpd e da CGTB, Antonio Neto.
NULL