Muitos companheiros estão ansiosos para o desfecho da negociação coletiva 2011. Isso é natural. Contudo, mais importante do que fechar um acordo, é garantirmos um bom acordo.
Como todos puderam observar, o patronal, como de costume, chegou muito duro na mesa de negociação. Diante do crescimento obtido, com base no nosso trabalho, tiveram a petulância de negar quase todas as nossas reivindicações, além de chegar a um índice muito pequeno (6,47%).
Não tínhamos como levar aquilo adiante. Por isso nos retiramos da mesa de negociação e começamos a preparar o terreno para lutar em outras trincheiras.
Mas, o que irá acontecer agora? Em primeiro lugar, vamos deixar claro que o caso não terá um desfecho rápido. Ele será solucionado no médio prazo, especialmente nas empresas onde a nossa organização é menor.
A principal tendência neste momento é levar a discussão para o Tribunal. Neste terreno, nós sabemos que existe uma possibilidade muito grande, levando em conta as decisões já tomadas, de assegurarmos algumas vitórias. A primeira delas é auxílio refeição e a segunda é Participação nos Lucros e Resultados.
Estes dois pontos são questões praticamente definidas na Justiça do Trabalho e fazem parte do núcleo de nossa pauta.
Outro caminho a ser seguido, diz respeito aos acordos por empresas. É notório no setor, que muitos pontos da nossa Convenção Coletiva não estão valendo. O principal deles é o banco de horas.
Toda e qualquer empresa que não tiver acordo com o sindicato, tendo seu conteúdo debatido e aprovado em assembléia dos trabalhadores na empresa, terá que pagar integralmente todas as horas extras dos seus funcionários desde o mês de janeiro.
Este é ponto crucial e iremos cobrar de todas as formas para que isso seja cumprido. Se as empresas não estão dispostas a valorizar seus trabalhadores, por que nós iremos nos esforçar para aumentar os seus lucros?
Além disso, companheiros, nós estamos preparando muito bem o terreno para promover um apagão do setor de tecnologia da informação de São Paulo, caso as empresas resistam a ceder o que é nosso por direito.
Para tanto, a sua participação será decisiva. Nós somos mais de 40 mil sócios ao sindicato. Quase a metade da base no estado. Com a participação dos sócios, já será possível fazermos um grande e histórico movimento.
Fiquem atentos aos chamados do sindicato, mas acima de tudo, neste momento, é necessário termos unidade, paciência e perseverança. De nada adiante ceder à chantagem do patronal. É melhor, depois de uma grande mobilização, conquistarmos um aumento menor do que os 13% no Tribunal, assegurarmos o PLR e o auxilio refeição, do que arranhar a nossa dignidade.
Vamos à luta
Antonio Neto, presidente do Sindpd
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