Durante esta semana, os diretores do Sindpd mantiveram as o processo de informação dos trabalhadores na porta das principais empresas do Estado de São Paulo. No intuito de esclarecer dúvidas sobre o andamento da campanha salarial e engajar os funcionários, os dirigentes estão engajados em um processo intensivo de visitas às empresas do setor. Lembrando que está prevista ainda para abril a sentença do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que vai determinar as condições da convenção coletiva da categoria de TI, em 2011.
Além de distribuir um comunicado do presidente do Sindpd, que aborda os acontecimentos do dissídio da categoria, os diretores conversam com os trabalhadores para ratificar que o estado de greve ainda permanece. O movimento já se estendeu para empresas como Totvs (Marginal) e T-Systems (São Bernardo do Campo), GPTI, TIVIT (Transamérica), Engebras, Sonda Prockwork; PRODESP e HP/EDS. Estão previstas mais visitas para a próxima semana.
Em todas estas companhias os trabalhadores estão recebendo, em mãos, um folheto que destaca as paralisações realizadas durante a greve. “Os trabalhadores apoiaram a conduta do sindicato durante a greve. O sentimento é de união, eles confiam no sindicato é importante manter isso até o final”, Antonio Sérgio Stolagli.
O material informativo faz um balanço dos acontecimentos, trazendo fotos das paralisações e o desfecho das negociações, nas quais o sindicato patronal manteve a postura intransigente.
Leia abaixo o comunicado que está sendo distribuído:
Agora a batalha é na Justiça
Companheiros,
Em primeiro lugar, quero parabenizar todos que aderiram ao movimento grevista convocando pelo SINDPD. A categoria mostrou a sua força e, ao contrário do que imaginavam os patrões, paralisamos inúmeras empresas e expressamos a indignação dos trabalhadores pela falta de respeito e valorização.
Nossa greve foi apenas o primeiro passo. A mobilização que realizamos nos últimos dias representou um salto de qualidade na unidade e na organização dos trabalhadores de TI. Mostramos que estamos dispostos a ir até o fim para dar um basta nas perversidades que ocorrem no setor. Um basta na exploração; nas contratações ilegais via PJs, cotas, etc.; na falta de vale refeição; de PLR; de pisos para balizar o mercado e até mesmo um basta na submissão das empresas, que aceitam oferecer serviços a preços mínimos, repassando a conta para o nosso salário.
Estamos confiantes na vitória. Notem que no ano passado nós decidimos que não sairíamos da campanha salarial sem as 40 horas. Conquistamos! Este ano, diante de sete mil companheiros no Clube Juventus, afirmamos que o aumento real, o Vale Refeição e a PLR obrigatória eram pontos fundamentais. E vamos conquistar!
Fomos à negociação. O patronato ofereceu apenas 5,9% de reajuste. Chegou a 6,47% (reposição da inflação) depois de muita pressão. Mais nada. Queriam nos dar 0% de aumento. Refutamos, demonstramos que isso era uma agressão diante da lucratividade do setor, que foi mais de 15% em 2010.
Fizemos manifestações, panfletagens, organizamos os trabalhadores nas empresas para a greve. Convocamos a assembleia, mais de mil companheiros compareceram. Dissemos que entraríamos em estado de greve, faríamos as paralisações e que ingressaríamos com o dissídio na Justiça do Trabalho.
Afirmamos que na Justiça a decisão é dos juízes, que poderíamos conquistar 6,47% ou mais, além da possibilidade de VR e PLR, conforme análise do departamento jurídico. Mas disse também que é melhor ganhar 6,47% na Justiça do que capitular e subjugar a categoria na mesa de negociação, onde o patronato não demonstrou o mínimo de respeito conosco.
Anunciamos a greve. Fomos convocados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para uma conciliação. O patronal começou a ceder, já admitia VR para uma pequena parcela da categoria. O MPT fez uma proposta intermediária: 8,6% de aumento; VR de R$ 12,00 (para jornada de 8 horas); PLR obrigatória e inclusão dos pisos de analista e programador.Mostramos que o SINDPD estava disposto a negociar, ou seja, que aceitávamos a proposta do MPT. Além de contemplar as nossas principais bandeiras (aumento real, PLR e VR para todos).
O patronato não aceitou. Começamos as paralisações. Em dois dias, paramos mais de 40% da categoria em todo o estado, enfim, fizemos um movimento espetacular.
Ingressamos com o dissídio e a primeira audiência foi na terça-feira (29). O patronato tentou caracterizar o nosso movimento como ilegal. Foi derrotado. O Tribunal fez uma proposta de conciliação: 8,05% de aumento; vale refeição de R$ 10,00; aplicação obrigatória da PLR e 90 dias de estabilidade para todos. Solicitou ainda que suspendêssemos a paralisação, mantendo o estado de greve. Isso quer dizer que podemos parar a qualquer momento e que todos os companheiros permanecem com estabilidade no emprego.
Mais uma vez o patronato não aceitou. Diante disso, o caso vai a julgamento. Agora tudo está zerado. A decisão dos juízes será tomada com base nos argumentos apresentados pelas partes. A luta está centrada, portanto, no campo jurídico. Por isso, suspendemos as paralisações. Elas não irão influenciar no rito do processo, muito menos na decisão. As paralisações, neste caso, já cumpriram o seu papel. Mas isso não significa que elas não voltarão caso as empresas promovam perseguições contra os companheiros que lutaram. Por isso, você deve denunciar ao SINDPD qualquer tipo de pressão.
Agora, a nossa expectativa é de que o julgamento ocorra em meados de abril. Os juízes podem nos assegurar aumento real, VR e PLR obrigatória. Mas independente disso, a nossa greve já foi vitoriosa. Nós estamos confiantes, vamos vencer! Contudo, o mais importante é que mostramos a nossa força, a nossa unidade e a nossa capacidade de mobilização.
Parabéns, companheiros! Vamos à luta!
Antonio Neto
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