Fonte: Fenadados
Serpro propõe reajuste salarial de 6,51% a ser pagos em duas vezes; a proposta é igual a da Dataprev; Clientes não pagam, Serpro não cobra e são os trabalhadores que pagam a conta
O Serpro apresentou, na quinta-feira, 16 de junho, os índices de reajuste salarial. De acordo com a proposta, a empresa reajustaria os salários dos trabalhadores em 6,51%. O aumento seria repassado em duas partes: reajuste linear de 3,255% sobre a tabela salarial de abril de 2011 e a ser pago em maio 2011; e, sobre os salários de outubro de 2011 e a ser pago em novembro de 2011, o percentual complementar para que se atinja o reajuste total de 6,51%. Esse índice incidirá sobre todas as cláusulas econômicas.
A proposta econômica apresentada pelo Serpro na mesa de negociações não atende os anseios da categoria. Aliás, a proposta sequer repõe o período inflacionário, tratando-se, na verdade, de uma afronta aos trabalhadores e trabalhadoras. Quanto à forma de implementação parcelada do reajuste, desde já a representação repudia veementemente.
O posicionamento da empresa é contraditório à atual conjuntura econômica do País, especialmente considerando a previsão de crescimento do PIB de 5% para 2011, o aumento da arrecadação e também à orientação da presidenta Dilma Roussef, que afirmou que o corte dos gastos não significaria arrocho salarial. Constatamos que esse índice é pior do que o apresentado na Campanha Salarial 2009/2011, ápice da crise econômica internacional.
Durante a 4ª mesa, a Fenadados repudiou a atitude do SINDPPD-RS, SINDADOS-BA, SINDPD-SC E SINDTIC-SE em recorrer ao Judiciário, ajuizando Dissídio Coletivo, enquanto ainda está em pleno andamento a Campanha Salarial 2011. A Campanha liderada pela Fenadados foi legal, democrática e politicamente organizada a partir da discussão e participação efetiva, em assembléias estaduais, dos trabalhadores e trabalhadoras.
O caso da Bahia é mais grave, pois a decisão de entrar com o Dissídio não foi deliberada em assembléia e nem sequer tratada pela diretoria do SINDADOS-BA, conforme informou para a Fenadados os companheiros da direção do sindicato baiano: Luis Carlos França, Celso de Araújo Lopes Filho, Benedito Evangelista de Jesus Júnior, Adriana Pedroso Vaz, Vera Lúcia Braga Pimentel, Antônio Augusto Mimoso, Estela dos Santos Almeida e Antônio José Viera. Esses dirigentes priorizam o processo de negociação.
Muito embora a Fenadados respeite a liberdade de escolha dos sindicatos de base, não admite o desrespeito desses sindicatos com a maioria absoluta dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o País. A Fenadados considera a postura do SINDPPD-RS, SINDADOS-BA, SINDPD-SC e SINDTIC-SE antidemocrática e inapropriada para o momento difícil das negociações, servindo apenas para dividir mais uma vez o conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras e contribuindo para aumentar a desigualdade da correlação de forças entre o trabalho e o capital. A Fenadados lamenta que essas entidades sindicais ignorem a negociação em curso e priorizem seu projeto político-partidário em detrimento do interesse da categoria.
Outras cláusulas também foram tratadas durante a 4ª Mesa do Serpro.
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