1 – A PEC, de autoria da Deputada Erika Hilton, pelo fim da Escala 6×1 e pela redução da jornada de trabalho, são temas que ganham cada vez mais relevância no Brasil, especialmente em um contexto de busca por equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
2 – A proposta que coloca fim à escala com apenas uma folga semanal não é apenas viável, mas também necessária para garantir bem-estar e produtividade a longo prazo, sem prejudicar a economia.
3 – A resistência a mudanças como a PEC e a redução de jornada muitas vezes se baseia no medo de que isso geraria desemprego e comprometeria a economia. No entanto, estudos e experiências internacionais mostram o contrário. Em países como França e Alemanha, a redução de jornada foi acompanhada por aumentos de produtividade e criação de empregos, sem o temido aumento do desemprego ou o famoso “a economia vai quebrar”.
4 – A luta pela reforma da jornada e o fim da escala 6×1 no Brasil reflete uma busca legítima por condições de trabalho mais dignas. O abaixo-assinado criado pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT) conseguiu mais de 1,5 milhão de assinaturas, ao demonstrar o impacto negativo da escala 6×1, como o esgotamento físico e mental e a falta de tempo para lazer, convívio familiar e até atividades religiosas.
5 – Normalmente, quem segue a jornada 6×1 é justamente quem ganha menos, tem menor qualificação ou condições salariais mais desfavoráveis. O fim dessa jornada pode ser um impulsionador na geração de emprego, uma vez que a contratação possui exigências menores, o que facilita a absorção da mão de obra disponível.
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6 – No setor de suporte, sobretudo no atendimento, estão a maior parte dos trabalhadores afetados pela escala 6×1. Como é de conhecimento, o atendimento N1 do setor de suporte é uma das principais portas de entrada para o setor de TI. Um dia a mais de descanso significaria mais tempo para o aprimoramento profissional, o que pode ajudar a resolver o famoso “déficit de mão de obra” no setor, tão reclamado pelas empresas, além de gerar mais empregos no próprio setor de suporte.
7 – Não tenha receio! O caso do setor de TI em São Paulo é um exemplo importante. Após uma greve, trabalhadores e patrões acordaram a redução de jornada com prazos de transição, sem redução de salário, para a jornada de 40 horas. O resultado foi aumento da produtividade, melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores e geração de empregos no setor. As empresas se reorganizaram e o setor cresceu.
8 – Por fim, a resistência a novas garantias trabalhistas é uma constante na história do Brasil. Na década de 1960, críticos diziam que a implementação do 13º salário levaria o país à ruína econômica, o que, como sabemos, não aconteceu. É fundamental olhar para essas propostas com uma perspectiva de longo prazo, que inclua a qualidade de vida e os direitos fundamentais dos trabalhadores, sem deixar que argumentos alarmistas atrapalhem o avanço social.
9 – É preciso pressionar os parlamentares para que assinem a PEC – são necessárias 171 assinaturas – para que ela siga para a Comissão Especial e seja, de fato, discutida no Congresso Nacional.
10 – Além da escala 6×1, é preciso que o Congresso revisite temas importantes como a liberação de acordos individuais para escalas 12×36 e outras bizarrices.
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