Paralisações afetam grandes empresas do segmento São Paulo, 28 de março de 2011 - O primeiro dia de paralisações da categoria de tecnologia da Informação do estado de São Paulo atingiu grande parte do setor. O Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores de Tecnologia da Informação) organizou manifestações e piquetes em grandes empresas do segmento, na capital e no interior de São Paulo. Muitos trabalhadores aderiram à greve e algumas empresas foram 100% afetadas. Foi o caso da multinacional Indra, empresa que presta serviço para Telefônica, General Motors, Femsa, Petrobras e Vivo. A ConnectCom, que atende a Caixa Econômica, também teve todo seu quadro de funcionários atingido. A empresa entrou em contato com o Sindpd e uma acordo já está sendo analisado. Na Stefanini, o segmento responsável pelo atendimento à Bayer foi interrompido. Assim como a Fidelity em Itú/SP, que tem como principais clientes Bradesco e Santander. O sindicato concentrou forças em três grandes manifestações: em Alphaville, na HP/EDS (Imigrantes) e na Tivit (Santo Amaro). Houve muita pressão por parte das companhias que acionaram a Polícia Militar, contrataram agentes de segurança privada e intimidaram os trabalhadores com filmagens para possíveis retaliações. Em Aphaville, a manifestação começou às 6h em frente à CPM Braxis. Comandados pelo presidente do Sindpd, Antônio Neto, um grupo de dirigentes realizou assembleia com a participação centenas de trabalhadores. Informações repassadas pelos funcionários CPM Braxis dão conta de que o setor de desenvolvimento de projetos estava completamente parado. Em seguida, a manifestação foi mobilizada para a Stefanini, que também teve seu atendimento prejudicado. Na HP/EDS, o piquete começou por volta das 7h30. Centenas de funcionários abandonaram seus postos de trabalho e muitos deixaram de entrar na empresa. Segundo uma funcionária, todo sistema de helpdesk referente ao atendimento da Vale (do Rio Doce) parou. Ela afirmou que há mais de 4 anos não recebe aumento real. "Aqui dentro é assim, as pessoas não nos respeitam. Eu chego no horário todos os dias, não falto por nada e não tenho valorização do meu serviço", desabafa. O movimento de greve realizado na Tivit teve grandes proporções para os trabalhadores e também para os gerentes da empresa. Os dirigentes do Sindpd e um grupo de manifestantes bloquearam as duas entradas da Tivit. Um dos funcionários disse que a greve é a única maneira de reivindicar os direitos da categoria. "Eles não pagam horas extras e as transformam em banco de horas piratas. Obrigam-nos a descasar em escala de folgas desumanas, há pessoas com média de 600 horas a serem pagas. O assédio moral é rotineiro. Vamos mostrar a estes chefes que merecemos respeito", declara. Na tarde de hoje (28), os dirigentes estarão na Prodam onde será realiza assembléia para discutir a adesão dos funcionários. As empresas públicas - como a Prodam e a Prodesp - precisam manter 80% dos serviços. Já as companhias privadas, que prestam serviços essenciais, precisam manter atividade mínima de 60%. Estão previstas para amanhã novas manifestações e paralisações. Prodam realiza: emissão de nota fiscal eletrônica; arrecadação de IPTU; processamento de multas de trânsito; agendamento de consultas e exames médicos e folha de pagamento. Prodesp realiza: cartão usuário do PoupaTempo; arrecadação de impostos; atendimento da rede pública estadual de saúde; serviços judiciários e segurança pública. Serviços essenciais: tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica; gás e combustíveis; assistência médica e hospitalar; distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; transporte coletivo; captação e tratamento de esgoto e lixo; e controle de tráfego aéreo.