Nem a garoa, muito menos o frio, foram suficientes para aplacar a energia e a vibração que tomou conta do estádio Pacaembu, em São Paulo, na manhã desta terça-feira (1º de junho), com a realização da I Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, evento organizado pelas centrais sindicais (CGTB, CUT, Força Sindical, CTB e Nova Central).
Vindos de todo o Brasil, carregando bandeiras das mais diversas cores e agremiações, mas bradando as mesmas palavras de ordem, milhares de dirigentes sindicais, representando aproximadamente 5 mil sindicatos, coroaram um processo de unidade que vem sendo construído nos últimos oito anos.
Unidade esta que foi impressa numa agenda conjunta – aprovada pelos mais de 25 mil participantes – que defende um projeto nacional de desenvolvimento e busca “impedir retrocessos, garantir e ampliar direitos dos trabalhadores”.
“Esta Conferência representa o coroamento de um ciclo e a inauguração de uma nova era, em que os dirigentes sindicais realmente comprometidos com o país e com o povo marcharão unidos para consolidar um modelo que enterrou as perversidades do neoliberalismo. Durante muitos anos a palavra unidade percorria o seio do movimento sindical brasileiro e dos partidos progressistas sem encontrar conforto nas consciências de seus dirigentes. Foi necessário passarmos por um período perverso da nossa história, representado pelo governo tucano, que quase destruiu o Brasil, para percebermos a verdadeira necessidade da unidade, da junção de forças e sentimentos para resgatar e reconstruir o nosso país, inaugurando uma nova fase em que a influência dos trabalhadores passou e ser efetiva”, afirmou o presidente da CGTB e do SINDPD, Antonio Neto, em sua intervenção.
Antonio Neto acrescentou ainda que “este amadurecimento, que nos fez perceber que o atacado que nos une é muito maior que o varejo que nos dividia, serviu de argamassa, de solda, para consolidar uma frutífera e pujante união da classe trabalhadora do campo e da cidade, que contribuiu com a mudança do nosso país e com o início do enfrentamento dos principais problemas que sempre trouxeram tristeza e desesperança ao novo povo”.
Embora a movimentação tenha começado dias antes para muitos dirigentes que partirão dos estados do Nordeste ou do Sul, as atividades da Conferência tiveram inicio por volta das 10 horas da manhã. Por mais de quatro horas, inúmeras lideranças fizeram uso da palavra para defender os mais de 290 itens que integram o documento conjunto aprovado pelo movimento sindical.
As intervenções dos sindicalistas só interrompidas para a transmissão dos vídeos produzidos pelas centrais para expor as principais bandeiras da Conferência ou para ouvir a manifestação dos partidos políticos e entidades sociais que participaram do evento.
LEIA A ÍNTEGRA DA AGENDA UNIFICADA DAS CENTRAIS SINDICAIS
Fotos: Michele e Cláudia Mifano
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