Na manhã desta quarta-feira (20/04), as centrais sindicais (CGTB, Força Sindical, CTB, Nova Central e UGT) realizaram uma manifestação em frente a sede do Banco Central, na Av. Paulista em São Paulo, pela redução da taxa de juros Selic.
A indignação por parte das centrais fica por conta dos números estarrecedores da taxa praticada no país. Dados apontam que os gastos com juros do setor público devem atingir R$ 230 bilhões neste ano, o equivalente a 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Um aumento considerável em relação aos números absurdos do ano passado: R$ 195 bilhões de 2010. Isso representa quase 15 vezes os R$ 15,5 bilhões que o governo federal deve destinar ao Bolsa Família em 2011. O pagamento de juros em apenas dois meses do ano (R$ 38,396 bilhões) corresponde à quase metade do orçamento da Saúde para 2011, de R$ 77 bilhões, antes da redução ocorrida em fevereiro.
“Temos feito várias ações no sentido de acabar de vez com essa história de aumento de juros por parte da equipe econômica. O resultado deste aumento reflete na economia e nos investimentos básicos. Desta forma, o governo penaliza o setor produtivo e privilegia a especulação, atraindo recursos predatórios para o país. Para se ter uma ideia, os R$ 230 bilhões gastos com juros equivalem a pouco menos de seis vezes os R$ 40,1 bilhões de gastos que foram autorizados para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”, ressalta Antonio Neto, presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores).
O intuito da ação foi denunciar para a população que o Brasil tem uma das maiores taxas de juros do mundo, o que causa uma enxurrada de capital especulativo no país e super valoriza a moeda nacional. Lado a lado, com bandeiras e manifestantes, a CGTB e o Sindpd participaram da manifestação com as demais centrais.
As soluções e reivindicações indicadas pela CGTB abordam uma política de desenvolvimento, com geração de empregos e distribuição de renda. Além disso, as centrais refutam a desculpa empregada pelo Banco Central, que propõe o aumento dos juros como meio de segurar a inflação. “O ideal é que a taxa de juros fique na casa dos 2% mais o valor anual da inflação. Mais do que isso é bobagem e perigoso. Não vamos aceitar que o Copom continue com esta política irracional, pois ela representa um péssimo negócio para a economia e infra-estrutura do Brasil”, conclui Neto.
Há muito anos, a CGTB expõe o problema e se posiciona contra os aumentos feitos pelo Copom. “Estamos mais uma vez nas ruas com o objetivo de denunciar que a equipe econômica está tentando implodir o crescimento econômico e a geração de empregos no país. A taxa de juros brasileira provoca uma inundação de dinheiro especulativo no Brasil. Além da sangria que isso promove nas contas públicas, a valorização do real está detonando com nossas exportações, alimentando a explosão das importações e causando um estrago na indústria nacional e na balança econômica”, afirma Neto.
A decisão do Copom sobre a taxa básica de juros da economia será anunciada hoje (20/04), após às 18h.
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