Pelo terceiro ano consecutivo, Campinas recebeu a pior avaliação no Índice de Efetividade da Gestão Municipal (IEG-M), divulgado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). Com nota C – classificada como “gestão crítica” –, a terceira maior cidade do estado aparece entre os municípios com os piores desempenhos em áreas essenciais como saúde, educação, fiscalização e mobilidade urbana.
Sob a administração do prefeito Dário Saadi (Republicanos), a cidade acumula seis indicadores com a classificação mais baixa, um recorde negativo desde o início da avaliação, em 2015. A queda é gradual: em 2018, Campinas tinha dois indicadores críticos, número que subiu para seis em 2024.
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O relatório aponta que a saúde pública em Campinas opera com um déficit de 32% no atendimento básico. Pacientes esperam até 18 meses por consultas em especialidades como cardiologia, e apenas 44% das unidades de saúde possuem equipamentos essenciais atualizados.
Na educação, a situação também é alarmante: a taxa de abandono escolar no ensino fundamental chega a 8,7%, quase três vezes acima da média estadual (3,2%). Em matemática, o índice de reprovação atingiu 29%, ultrapassando em três vezes a meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação.
A mobilidade urbana é outro ponto crítico. Cerca de 85% das vias da cidade têm problemas de sinalização ou pavimentação. Além disso, projetos de expansão do transporte coletivo, prometidos desde 2023, continuam parados, agravando os congestionamentos e a insatisfação da população.
Caso IMA
Em Índice de Governança de TI (iGovTI), a cidade recebeu C+, a segunda pior nota do índice (confira aqui). Nas últimas semanas, o Sindpd recebeu diversas denúncias de que a IMA (Informática de Municípios Associados), empresa que a Prefeitura de Campinas como a maior acionista, tem descumprido diversas cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), especialmente em relação ao pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), adicional de home office, banco de horas, reajuste do auxílio-refeição, reembolso de quilometragem, descumprimento da cota para PCDs e jovem aprendizes, forma de contratação e prestação de serviços, além de prática antissindical.
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Em reação às denúncias, a empresa tentou censurar o sindicato, enviando notificação extrajudicial exigindo a retirada de informações que expõem suas irregularidades. A IMA tentou também usar a Comissão de Empregados para tentar desmobilizar os trabalhadores que têm lutado pelo respeito à CCT.
Diante disso, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) convocou a IMA para uma audiência de mediação e conciliação com o Sindpd após o sindicato denunciar uma série de irregularidades e descumprimentos da CCT por parte da empresa que tem a prefeitura de Campinas como maior acionista.
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A audiência foi marcada para esta quarta-feira (26), às 16h, em formato presencial, em que as partes discutirão as denúncias apresentadas pelo Sindpd em reclamação pré-processual. A entidade será representada por seu presidente Antonio Neto e pelo Secretário Geral, Emerson Morresi, podendo contar com a presença de um advogado com poderes para transigir. Já a IMA deverá ser representada por um sócio ou preposto, também facultando-se a presença de um advogado com poderes para transigir.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) foi cientificado e tem participação facultativa na audiência, conforme o artigo 9º do Ato Regulamentar GP/VP nº 01/2018 do TRT-15.
Foto: divulgação