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15 de Janeiro de 2024
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Grandes empresas de TI resistem em implantar políticas de equidade, diversidade e sustentabilidade
Negociação da Campanha Salarial 2024 mostra que apesar do discurso, empresas não querem se comprometer com avanços



Na última sexta-feira (12) ocorreu a segunda rodada de negociação coletiva da Campanha Salarial 2024. A reunião terminou sem acordo, após o setor patronal oferecer um reajuste nas cláusulas econômicas de 3,5%. Em relação as demais cláusulas, os empresários mostraram contrariedade em temas como regras mais severas para as empresas que não negociam a PLR, a obrigatoriedade das homologações no sindicato, mudanças no custeio do homeoffice e a multa em caso de demissão em massa sem negociação.

A comissão negocial patronal é formada pelas empresas TIVIT, TOTVS, Sonda, Prodesp, Capgemini, Asserti, Atos Brasil, Acesso Digital, BRQ, Stefanini, CTRA, DATASIST, DXC, Indra, PISO - Polo Industrial Software Ribeirão, Prodam, Pro-Logos e RGM.

A resistência do setor patronal em pautas sociais de baixo impacto econômico foi o que causou maior estranheza da comissão de negociação dos trabalhadores. O setor patronal negou a ampliação da licença-maternidade para 180 dias, a regulamentação da licença-paternidade para 30 dias e a inclusão de cláusulas que garante ao Sindpd maior participação na fiscalização do cumprimento da Lei de Equidade de Gênero e das Cotas de PCD e de aprendizagem.

Assista trechos da negociação:

Os empresários também mostraram dificuldade em aceitar cláusulas de combate à discriminação no local de trabalho, a aplicação dos direitos da Convenção Coletiva para relações homoafetivas e de incentivo à sustentabilidade nas empresas. Até mesmo o reconhecimento de atestados médicos de psicólogo foi negado pela Comissão Empresarial.

O presidente do Seprosp, Luigi Nese, apresentou que as empresas de TI do estado de SP só aceitam a inclusão de algumas cláusulas se tiver caráter de orientação, sem multas e Judicialização em caso de descumprimento. O que já foi rechaçado pelo presidente do Sindpd.

"Não queremos um manual de boas intenções. Os trabalhadores querem mudanças no ambiente de trabalho. Não adianta o marketing mudar o ícone das redes sociais e escrever textos longos dizendo que defende uma sociedade mais inclusiva. Se não estiver explícito na Convenção Coletiva, as empresas não cumprem. Estamos propondo tornar nosso texto mais moderno. Somos o setor das transformações, é inaceitável que o setor patronal, que usa o escudo do ESG, se negue a debater avanços em áreas como diversidade, governança, sustentabilidade e combate às inúmeras discriminações", avalia o presidente do Sindpd, Antonio Neto.

É importante ressaltar que em seus sites, empresas como a TIVIT, destacam que a "missão é promover um ambiente de trabalho inclusivo, de respeito, justiça e equidade para todas as pessoas".

Mercado de TI ainda patina na diversidade, diz pesquisa

Uma pesquisa realizada pela LANDtech e o IT Forum aponta que o mercado de tecnologia está longe de apresentar um cenário diverso e representativo entre seus profissionais.

O levantamento 'Diversidade e futuro do trabalho no mercado tech' revela que dos profissionais que atuam no setor de TI e Digital, 81% homens e apenas 17% são mulheres. O total de homens e mulheres cisgêneros totalizam 94%.

A diversidade de raça também se mostra um desafio a ser superado. Apenas 7% dos trabalhadores se declaram pretos e 11% como pardos. Além disso, apenas 6% dos entrevistados se identificaram como Pessoas Com Deficiência (PCD), revelando uma significativa disparidade em relação à população em geral.

Sobre a postura das empresas em relação à esta questão, 88% afirmam que suas organizações promovem ações e iniciativas voltadas para a diversidade e inclusão. Já os profissionais que as empresas estão de fato interessadas em promover um ambiente mais diverso e inclusivo são 59%, enquanto 39% acreditam que as organizações estão parcialmente interessadas.

Discurso nas Redes sociais não reproduz postura na mesa de negociação

Nas redes sociais das empresas em TI é comum a publicação de posts com referência à diversidade, à inclusão e ao combate às discriminações, mas a ausência de compromissos reais confirma que as corporações têm dificuldades em se comprometer com mudanças.



"Queremos dar um salto de qualidade na nossa Convenção Coletiva. Somos de um setor de transformação, as propostas que trouxemos para a negociação deste ano nos coloca mais próximos das questões do século XXI. Qual a dificuldade das empresas em colocar o discurso na prática? ESG, ODSs e outras questões que tem sido levantadas tem que virar prática nas empresas. Não é fácil, mas é necessário para construirmos um ambiente mais acolhedor", avalia Antonio Neto.

A empresa SONDA destaca no seu site a parceria com a ONU Mulheres, mas faz parte da Comissão que se nega a garantir as trabalhadoras políticas de equidade salarial de gênero, licença-maternidade de 180 dias e medidas efetivas de combate ao assédio moral e sexual no local de trabalho.

Com a falta de acordo, a negociação continua. A próxima rodada de negociação será dia 19 de janeiro.








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