Os eventos da Páscoa teriam ocorrido durante o Pessach, data em que os judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito (Portugal, África e Timor) Egito (Brasil).
A palavra Páscoa advém, exatamente do nome em hebraico da festa judaica à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário, segundo os cálculos que se indicam a seguir.
A última ceia partilhada por Jesus e pelos discípulos é considerada, geralmente, um “seder do pesach” – a refeição ritual que acompanha a festividade judaica, se nos atermos à cronologia proposta pelos Evangelhos sinópticos. O Evangelho de João propõe uma cronologia distinta, ao situar a morte de Cristo por altura da hecatombe dos cordeiros do Pesach. Assim, a última ceia teria ocorrido um pouco antes desta festividade.
Os termos “Easter” (Ishtar) e “Ostern” (em inglês e alemão, respectivamente) parecem não ter qualquer relação etimológica com o Pesach(páscoa). As hipóteses mais aceitas relacionam os termos com Eostremonat, nome de um antigo mês germânico, ou de Eostre, uma deusa germânica relacionada com a primavera que era homenageada todos os anos, no mês de Eostremonat, de acordo com o historiador inglês do século VII, Beda.
Ovo de Páscoa
Tradição de dar ovo tem milênios (mas antes o ovo era de galinha mesmo). Guilherme Bryan
O hábito de dar ovos de verdade vem da tradição pagã! Agradeça aos confeiteiros franceses o ovo que você come na Páscoa hoje ser feito de chocolate. Caso contrário, você ganharia um belíssimo ovo de galinha para celebrar a data.
A tradição de presentear com ovos – de verdade mesmo – é muito, muito antiga. Na Ucrânia, por exemplo, centenas de anos antes de era cristã já se trocavam ovos pintados com motivos de natureza – lá eles têm até nome, pêssanka – em celebração à chegada da primavera.
Os chineses e os povos do Mediterrâneo também tinham como hábito dar ovos uns aos outros para comemorar a estação do ano. Para deixá-los coloridos, cozinhavam-nos com beterrabas.
Mas os ovos não eram para ser comidos. Eram apenas um presente que simbolizava o início da vida. A tradição de homenagear essa estação do ano continuou durante a Idade Média entre os povos pagãos da Europa.
Eles celebravam Ostera, a deusa da primavera, simbolizada por uma mulher que segurava um ovo em sua mão e observava um coelho, representante da fertilidade, pulando alegremente ao redor de seus pés.
Os cristãos se apropriaram da imagem do ovo para festejar a Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus – o Concílio de Nicéia, realizado em 325, estabeleceu o culto à data. Na época, pintavam os ovos (geralmente de galinha, gansa ou codorna) com imagens de figuras religiosas, como o próprio Jesus e sua mãe, Maria.
Na Inglaterra do século X, os ovos ficaram ainda mais sofisticados. O rei Eduardo I (900-924) costumava presentear a realeza e seus súditos com ovos banhados em ouro ou decorados com pedras preciosas na Páscoa. Não é difícil imaginar por que esse hábito não teve muito futuro.
Foram necessários mais 800 anos para que, no século XVIII, confeiteiros franceses tivessem a idéia de fazer os ovos com chocolate – iguaria que aparecera apenas dois séculos antes na Europa, vinda da então recém-descoberta América. Surgido por volta de 1500 a.C., na região do golfo do México, o chocolate era considerado sagrado pelas civilizações Maias e Astecas. A imagem do coelho apareceu na mesma época, associada à criação por causa de sua grande prole.
O Cálculo
O cálculo da data da Páscoa é fundamental na definição do calendário cristão desde os primórdios da cristandade, tornando-se definido na Idade Média.
A Páscoa é celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre depois do equinócio da Primavera, ou seja, é equivalente à antiga regra de que seria o primeiro Domingo após o 14º dia do mês lunar de Nisan. Poderá assim ocorrer entre 22 de Março e 25 de Abril
Cálculo da data da Páscoa recorrendo à tabela
Divida o ano de interesse por 19
Some 1 ao resto dessa divisão
Ao número final chamaremos de “X”. Esse número é o “número dourado” que corresponde a uma data específica dada na tabela com link no título acima. A Páscoa será celebrada ao domingo seguinte à data encontrada na tabela. Caso a data já seja um domingo, a Páscoa é o próprio dia.
Cálculo da data da Páscoa recorrendo a outro algoritmo
Para calcular o dia da Páscoa (Domingo), usa-se a fórmula com link do título acima, onde o “ANO” deve ser introduzido com 4 dígitos. O operador MOD é o resto da divisão. A fórmula vale para anos entre 1901 e 2099. A fórmula pode ser estendida para outros anos, alterando X e Y conforme a tabela:
Lição através do tempo, dos povos e das religiões
Mais ou menos 120 mil denominações cristãs oficialmente reconhecidas pela ONU e que representam mais de um terço da população mundial celebram em alguma das suas muitas possíveis formas o périplo de três dias em que Jesus de Nazaré, nascido provavelmente no ano 3 ou 4 do Século 1 AC, filho de José e Maria, encerrou seu apostolado de 33 anos, relatado nos quatro evangelhos constantes na Biblia cristã e os 56 chamados gnósticos e os mais de 103 relatos escritos mais ou menos nessa época em diferentes lugares dessa região tão nossa conhecida no Oriente Médio – e também outras – e entregou-se voluntariamente a uma sorte que o elevou a uma categoria única no coração de seus fiéis e o consagrou também entre os muitos fiéis de seitas diferentes daquelas a que hoje chamamos de cristãs. Na Pérsia Sassânida, sofisticada mas crudelíssima, dos séculos de 2 a 6 DC, seu seguidor Mani indicou aos farsis o caminho único para a elevação e transcendência proposto por Jesus de Nazaré, esforço esse que, como em Jesus, custou-lhe a vida. A mensagem do Nazareno, mesmo assim, foi sentida também na China e Índia, onde, nesta última , sua missão entra em ressonância com as crenças que descrevem a sublime encarnação do Krishna dentro da plêiade tradicional do Hinduismo em que figuram o Brahman, Vishnu e Shiva, assim como no Brasil as culturas iorubás e Daomé passaram, com os séculos, na riquíssima amálgama de civilizações, etnias e crenças que compõe o Brasil, a associá-lo ao Oxalá. Não diferentemente, algumas seitas budistas que o descobriram na verdade interior proposta pelo Sidharta. No século 19, Allan Kardek descreveu com a precisão que caracteriza o discurso científico tão grado, sobretudo aos franceses seus conterrâneos e contemporâneos, a sua visão da cosmologia em que Jesus preside o processo de constante transformação em que se debate a “Condição Humana”. O Domingo de Páscoa celebra em Jesus o coroar desse processo de consubstanciação, em que a carne e o espírito do nosso discurso terreno são identificados como uma única coisa, reiterando “a eterna viabilidade do projeto de Deus” e quem sabe gradualmente revertendo “o doloroso processo em que o Homem sistematicamente O nega”.
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