Mesmo depois de tantos debates, embates e dos números apresentados pelo SINDPD sobre o setor, o presidente do sindicato patronal, Luigi Nese, manteve uma proposta que foi considerada insignificante pela comissão de negociação do SINDPD: 4,5% de reajuste salarial.
Para piorar a situação, segundo o presidente do SINDPD, Antonio Neto, os empresários estão reticentes em analisar o conjunto de reivindicações apresentada pelo sindicato, a exemplo da redução de jornada de trabalho para 40 horas, pisos salariais para várias funções e cargos, vale alimentação, banco de horas, PLR, entre outras.
Desde o início das negociações, o patronato tem se mostrado intransigente e insensível para com a categoria. Limitou-se a apresentar propostas inaceitáveis, 3% na primeira rodada; 3,9% na segunda e agora, na terceira, 4,5%, índice que acompanha a inflação acumulada no último ano.
Uma pequena manifestação de sobriedade
A única proposta aceita pelo patronato até o momento foi com relação à implementação dos planos de assistência médica para os trabalhadores. O Seprosp se dispôs a garantir os planos médicos a partir de abril de 2010, sob o percentual de 30% pago pela empresa e 70% pelo funcionário. Sobre os pisos, propuseram apenas a criação de um novo piso para técnico de help desk, sob a condição de manter o mesmo salário do técnico normal.
“Como é possível observar, sequer chegamos a patamares suficientes para começar uma discussão saudável com o patronato. Nós sempre tivemos no SINDPD a seriedade para reivindicar aquilo que é de direito do trabalhador, nunca partimos para aventuras ou propostas fora da realidade. Esses números não contemplam os anseios da categoria”, assinalou o presidente do SINDPD, Antonio Neto.
Segundo Neto, “nós sabemos que diante dos ganhos alcançados pelas empresas em 2009 a expectativa da categoria é grande. Nós, mais do que ninguém, temos consciência disso. Nós, mais do que ninguém, temos compromisso com os trabalhadores e com o mercado de TI e, portanto, não podemos negociar nestes termos”.
Neto ressaltou ainda que a pauta de reivindicações do SINDPD é formada por um conjunto que leva em consideração as necessidades dos trabalhadores, os problemas existentes e identificados nas homologações. “A negociação coletiva não se resume ao índice. Ele é um componente fundamental e nós temos direito a um aumento real significativo. Contudo, nós temos que lutar para que o conjunto da obra represente melhoras concretas na qualidade de vida dos integrantes da nossa categoria, nos benefícios que efetivamente façam a diferença no final do mês”, disse o presidente do SINDPD.
“A força de trabalho é a geradora de riqueza das empresas. Agora chegou a hora dos trabalhadores receberem as suas castanhas e serem reconhecidos pelos empresários”, defendeu Neto, que pediu mais uma vez o bom senso e a sensibilidade do patronato em dar na mesma medida em que recebem. Ou seja, aceitar que os trabalhadores são merecedores de receberem sua parte do fruto do crescimento do setor ao atenderem suas reivindicações que são justas e possíveis de serem referendadas neste acordo.
A 4ª Rodada acontecerá dia 29, sexta-feira, às 14h30
Aqui a íntegra da pauta de reivindicação da Campanha Salarial 2010
Assista ao vídeo abaixo:
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