A direção do SINDPD se reuniu na manhã desta quinta-feira, na sede da Prodesp, com o Conselho de Representantes dos Empregados para delinear a linha de ação da categoria que será posta em prática caso a empresa se negue a repassar para os salários o aumento (6%) conquistado pelo sindicato este ano.
No último dia 18 de março (quinta-feira), o SINDPD foi informado por meio do Seprosp que a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), embora participante e fiadora do acordo salarial fechado no dia 9 de março, afirmou unilateralmente que não iria conceder o aumento salarial fixado em acordo coletivo para os funcionários da empresa.
O motivo, segundo o presidente da Prodesp, Mário Manuel Seabra Bandeira, seria a expressa deliberação baixada pelo secretário-chefe da Casa Civil, Aloísio Nunes, por meio da Circular CPS nº 01/2009. Na nota, Aloísio determina que todos os órgãos públicos, devem promover o arrocho irrestrito ao salário dos servidores.
O presidente do SINDPD, Antonio Neto, informou aos companheiros da Prodesp que independente das mobilizações e ações sindicais que serão feitas para resguardar os direitos dos trabalhadores e para resolver problemas crônicos existentes na empresa, o sindicato irá ingressar com uma ação de cumprimento de Convenção Coletiva tão logo fique comprovado que a empresa não efetuou o pagamento.
Na reunião, da qual participaram também o vice-presidente do SINDPD, João Antonio Nunes, o Secretário de Educação e Cultura, Emerson Morresi, os diretores Ney Moraes Pinto, Pedro Luis Saldanha, Abaitaguara do Amaral Gonçalves, Maria de Lourdes Claro e Sandra Maria Domingues Bueno, ficou acertado que o sindicato convocará uma assembléia geral para discutir e aprovar quais serão as linhas de ação e mobilização serão implementadas num segundo momento, haja vista que o caminho jurídico não se resolve no curto prazo.
“Estas circulares do Comitê de Política Salarial do Estado têm funcionado como uma faca no pescoço dos trabalhadores. Nós sabemos como isso começa e como termina, caso não haja união e mobilização. Iniciam com o corte dos salários, depois partem para os benefícios e depois cortam os empregos, uma política clara de enxugamento do quadro da Prodesp para propiciar a terceirização e futura privatização”, afirmou Antonio Neto, destacando que o SINDPD não está preocupado apenas em garantir o aumento salarial já conquistado, mas também em construir um plano de carreiras para os funcionários e resolver uma série de problemas de insalubridades que estão prejudicando a vida do prodespiano.
De acordo com Antonio Neto, diferentemente de outras estatais, a relação com a direção da empresa vem se deteriorando cada vez mais em virtude da postura discutível da empresa. “Infelizmente, nós não temos como dar um crédito de confiança para esta direção. Recentemente, prometeram para o CRE que seria reajustado o vale refeição, coisa que não foi feita. Além disso, a Prodesp tem afrontado a nossa Convenção Coletiva ao contratar cooperativas fraudulentas e empresas de outras áreas para atuar no nosso setor com o objetivo claro de precarizar os direitos trabalhistas. Nós não podemos permitir que isso continue, temos que resgatar a autoestima dos trabalhadores da Prodesp e promover um grande movimento para ampliar os nossos direitos”, disse Neto.
Segundo Neto, “esta conversa de aguardar definição do Comitê de Política Salarial não passa de enrolação, é uma manobra para colocar a faca no pescoço dos funcionários. Nós não podemos baixar a cabeça para este tipo de postura. Sabemos que existe um apelo muito grande dos trabalhadores da Prodesp em obter um aumento salarial justo. Precisamos agora canalizar esta energia para mostrar a mobilização, única forma pela qual os trabalhadores conseguirão assegurar o que lhes pertence por direito.
Na quinta-feira que vem, os diretores do SINDPD se reunirão com os representes do CRE para discutir quais serão os próximos passos a serem tomados. Até lá, pedimos aos companheiros da Prodesp que encaminhem para o sindicato sugestões de ações a serem tomadas ou opiniões sobre este assunto. Além disso, procure os conselheiros de seus setores ou os diretores do sindicato para expressar o seu ponto de vista.
NULL