Ao discursar na abertura das comemorações do Dia Internacional da Mulher, realizada no último sábado, na sede do SINDPD, o presidente Antonio Neto afirmou que é fundamental “ampliarmos a presença e a participação das mulheres na direção do sindicato” para expressar efetivamente o peso que as mulheres possuem no setor de tecnologia da Informação.
Neto destacou que o sindicato tem claro que “uma das questões centrais da luta da nossa sociedade é pelo direito da mulher ao trabalho. Limitar este direito, manter um exército de mão-de-obra de reserva, ou pagar salário menores para as mulheres faz parte da estratégia dos capitães da indústria para ampliar o lucro com base na exploração do trabalho. Neste sentido, criar as condições para que a mulher possa exercer efetivamente o seu direito de trabalhar, levando em consideração as condições especiais para que isso ocorra, significa caminharmos rumo à libertação da classe operária”.
O presidente acrescentou que, “portanto, é possível afirmar que a libertação plena do homem depende da libertação plena da mulher. Nenhum homem será realmente livre e plenamente feliz se a sua companheira permanecer em condições de subemprego ou sob a exploração das empresas. Por isso, a luta das mulheres não se choca com a luta dos homens. Não é a disputa, mas ao contrário, a união que permitirá a libertação de ambos e a construção de uma nova sociedade, com direitos iguais e respeito às diferenças”.
Antonio Neto ressaltou ainda que a luta em defesa da mulher faz parte do dia-a-dia do SINDPD. “Para tanto, basta ver a convenção coletiva da entidade, onde conquistamos uma série de melhorias com relação a lei. Além dos avanços que valem para homens e mulheres, temos algumas específicas, que quero citar”:
A empregada gestante, qualquer que seja o motivo da dispensa, mesmo na extinção da empresa, faz jus à garantia de emprego. Quitação deliberada por parte do empregador no ato da homologação, deve observar as obrigações fundiárias e previdenciárias do período e, quanto às tributárias, o desconto mês a mês, porque só ao Poder Judiciário cabe converter garantia de emprego em estabilidade.
Auxílio creche de 30% do salário normativo nas empresas que não disponham deste serviço.
Igualdade de salário sem distinção de gênero ou raça.
Dispensa para a realização de 9 consultas medidas e demais procedimentos à gestante.
Estabilidade de 30 a mais do que manda a lei para as mulheres gestantes.
Estabilidade para o pai a partir do oitavo mês de gestação até dias após o nascimento.
Direito à ausência de três dias úteis ou 24 horas fracionadas para levar o filho de até dez anos ao médico.
Local apropriado para amamentação ou dispensa da mulher, por solicitação, 1 hora antes do fim do expediente.
E MAIOR DELAS, A JORNADA DE 40 HORAS A PARTIR DE JANEIRO.
Um dia inteiro voltado para as mulheres
Organizado pelas diretoras do SINDPD, o evento ofereceu uma série de serviços para as associadas, como oficinas de automassagem, maquiagem, palestras sobre nutrição, atividades artísticas e uma confraternização de encerramento. Segundo Arlene Sabóia, diretora do SINDPD, além das lutas que fazem parte do cotidiano, é importante que as mulheres entendam a importância de se cuidarem para elevar a autoestima. Além de Antonio Neto e Arlene Sabóia, a abertura do evento contou ainda com a presença da coordenadora da Secretaria Nacional da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Aparecida Malavazi; Maria Aparecida Pinto (Cidinha), representando a União Geral dos Trabalhadores (UGT); e das diretoras do SINDPD Mirian Vieira Santos Kronka; Maria de Lourdes Claro; Sandra Maria Domingues Bueno; Isabella Tsai Kawase; Loide Mara Valent Belchior e Dirce Favaron Mantovani. Durante a abertura, foi realizada ainda uma homenagem surpresa para a esposa do presidente do SINDPD, Rosa Maria Aquate Fernandes dos Santos.
Aparecida Malavazi falou sobre a luta da CGTB para ampliar o espaço da mulher na sociedade e do empenho da entidade para garantir as condições necessárias para a mulher exercer o seu direito de trabalhar. Segundo Cida, que enfrentou e venceu problemas de saúde recentemente, o apoio dos companheiros é fundamental “para que a gente se sinta cada vez mais fortalecida para prosseguir na luta”.
Cidinha, representante da UGT, parabenizou o SINDPD pelo trabalho realizado em prol da emancipação da mulher. “Este é um sindicato que incentiva as mulheres, dá apoio às mulheres e, acima de tudo, tem o respeito das mulheres”.
Em sua intervenção, Loide Valent, diretora do SINDPD, afirmou que “este é um momento impar e de muita alegria para as mulheres, muito gratificante por estarmos comemorando o mês das mulheres dentro da nossa sede própria que foi conquistada com muita luta”.
Loide falou ainda sobre o significado do dia 8 de março, data instituída para torna-se um momento de luta das mulheres pela igualdade e pelo fim da discriminação. A data é uma referência ao dia 8 de março de 1857, quando operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve, ocuparam a fábrica para reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas, equiparação de salários com os homens.
A manifestação foi reprimida, as mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas. Em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Em 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Em seu discurso, Arlene Sabóia acrescentou também o fato deste ano ser especial devido ao centenário das comemorações do Dia Internacional da Mulher. Arlene ressaltou a importância da conquista da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais pelo SINDPD e a possibilidade do Brasil eleger pela primeira vez uma mulher para a Presidência da República. “Nós estamos diante da oportunidade de eleger uma mulher presidente da República. E não é uma mulher qualquer, é a Dilma, uma pessoa comprometida com o país e com o povo”, afirmou.
As diretoras Sandra Bueno e Miriam Kronka também fizeram uso da palavra na abertura e destacaram a importância do evento, que buscou aproximar ainda mais as sócias do sindicato.
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