Getúlio Vargas foi, sem dúvida, o melhor presidente do Brasil. Liderou os partidos, governou com todas as classes sociais e foi amado pelo povo. Enfrentou e venceu as oligarquias. Criou, a partir da Revolução de 30, uma nação soberana e independente.
Os trabalhadores passaram a sonhar e a lutar por uma vida mais digna, bem como pelo direito de olhar para os seus filhos e dizer que eles terão oportunidades de se alimentar, estudar e crescer, como todos os cidadãos.
Vargas criou as leis trabalhistas e alicerçou o desenvolvimento do país. Foi ele o criador da Petrobras. Com sua morte, evitou o golpe de 1954. Por causa dele, a Petrobras rasgou o subsolo e entrou pelo mar.
Hoje, os brasileiros são donos de uma das maiores reservas de hidrocarbonetos do planeta.
Cinquenta e seis anos após seu suicídio, tudo o que o presidente fez é atual. Tudo o que ele disse também. Getulio pôs em prática o que dizia em seus discursos. Sabia que a sua obra era o início do que viria depois, no futuro. E que, um dia, os trabalhadores chegariam ao governo. Como aconteceu com Lula.
Fundador dos extintos PSD e PTB, ele ensinou que só é possível para um país se desenvolver se a finalidade for a de proporcionar aos homens, mulheres e crianças a existência digna, segura, próspera e confortável a que têm direito.
Ele deu prioridade à planejada presença do Estado na economia.
O presidente sabia que, sem incentivos adequados aos empresários e aos trabalhadores e sem a participação do Estado, não há desenvolvimento pleno.
Foi necessário passarmos pela consumada leviandade do neoliberalismo para que o povo absorvesse com mais profundidade os ensinamentos que defendem o desenvolvimento e têm a ver com as ideias de Vargas.
Hoje, está à frente do governo brasileiro um trabalhador que se despede da Presidência da República após oito anos de administração pelo voto popular.
Lula trouxe de volta a obra getulista. Reestruturou o Estado e diminuiu as distâncias sociais entre os brasileiros, aumentadas a partir do golpe de 1964.
Para prosseguir com a obra do Brasil nação iniciada por Getúlio, o governo Lula teve como base, entre outras coisas, o Programa de Aceleração do Crescimento, a reconstrução da Petrobras, a valorização gradual e constante do salário mínimo, a geração de empregos e a preocupação com as questões sociais.
O compromisso dos trabalhadores e dos cidadãos engajados no trabalhismo histórico é o de completar a obra de Getúlio.
Os herdeiros de Vargas são todos os que formam o povo brasileiro.
O nome do presidente Getúlio é a nossa bandeira de luta. Usaremos os seus ensinamentos, sempre, para ajudar a desenvolver este país até a sua plenitude.
Antonio Neto
Presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), é membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).
Artigo publicado no jornal Folha de São Paulo.
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