Cerca de 1 milhão de trabalhadores participaram da festa de 1º de Maio realizado pela Força Sindical e CGTB na Praça Campo de Bagatelle, na zona Norte de São Paulo. Entre os convidados de honra estavam o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-ministra Dilma Rousseff e o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer. O Sindpd teve uma presença marcante no Campo de Bagatelle.
“Muito mais que uma festa, o evento do 1º de Maio entrará para a história do nosso país. Foi um momento impar, onde uma grande quantidade de trabalhadores teve a oportunidade de comemorar em conjunto com o presidente Lula, um dos presidentes mais carismáticos e populares da história do país, as conquistas alcançadas nos últimos anos”, afirmou o presidente da CGTB e do Sindpd, Antonio Neto.
A festa de 1º de Maio contou ainda com a presença do ministro do Trabalho, Carlos Lupi; dos senadores Aloisio Mercadante, Romeu Tuma e Eduardo Suplicy; da ex-prefeita Marta Suplicy; parlamentares; de lideranças sindicais da CGTB e da Força Sindical, de entidades sociais e dirigentes políticos.
Eleito o homem mais influente do mundo pela revista “Time”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de todos os atos organizados pelas centrais sindicais. Em seu discurso no ato organizado pela CGTB e Força Sindical, Lula afirmou que “é uma alegria dupla estar neste 1º de Maio, este 1º de Maio que alguns vão dizer agora, este ano, que ele é político porque eu vim. Mas nos sete que eu não vim e que os outros vieram, não foi considerado político. Não existe problema. Nós, com a mesma tranquilidade que vamos a outros atos, eu venho ao ato do companheiro Paulinho e do companheiro Neto, da Força Sindical e da CGTB, para dizer aos trabalhadores de São Paulo que faltam apenas nove. oito meses para terminar o meu mandato – oito meses -, e eu duvido que em alguma parte do mundo, muitos Presidentes, depois de sete anos, tiveram coragem de vir a um ato de trabalhadores e encarar os trabalhadores cara a cara. Porque normalmente os Presidentes entravam com muita popularidade e saíam pela porta dos fundos porque não tinham cumprido aquilo que prometeram para os trabalhadores!”.
Lula acrescentou ainda que os brasileiros têm muito a comemorar. “É com muito orgulho, Paulinho, e com muito orgulho, companheiro Neto, que eu estou aqui para dizer aos trabalhadores de São Paulo que na crise econômica dos países ricos, em 2008, a crise que mandou 7 milhões de trabalhadores embora nos Estados Unidos, a crise que mandou mais de 7 milhões de trabalhadores embora na Europa, a crise que foi o ato da especulação financeira, de banqueiros que em vez de investirem no trabalho, investiram na especulação, banqueiros que davam palpite sobre o Brasil, banqueiros que davam palpite sobre o México, banqueiros que davam palpite sobre a crise de todos os países pobres. Olharam tanto para o Brasil e para os países pobres que esqueceram de olhar para o que estava acontecendo nos seus próprios bancos. Foi a maior crise dos últimos 80 anos”.
Lula ressaltou ainda que o Brasil foi o último país a entrar na crise e o primeiro país a sair da crise, e quem sustentou a economia brasileira não foram os banqueiros nem os empresários. “Foi o povo pobre deste país que sustentou a economia”. Ao destacar o aumento do salário mínimo, o presidente lembrou que “vivia nas ruas gritando: “Queremos um salário mínimo de US$ 100, queremos um salário mínimo de US$ 100″. Hoje o salário mínimo é de US$ 300 e nós vamos continuar a política de aumentar o salário mínimo para que a gente possa fazer as mulheres e os homens deste país, que ainda não têm uma profissão e que ganham salário mínimo, poderem viver com dignidade neste país. Já aumentamos 74% e, certamente, os aumentos vão continuar porque o povo brasileiro quer que continue”.
“Este país é soberano, este país conquistou a sua independência quase 200 anos atrás, este país tem um povo feito de homens e de mulheres que aprenderam a andar de cabeça erguida, e quem decide o nosso destino somos nós, quem decide aonde vamos e quando vamos somos nós. Portanto, companheiros e companheiras, eu quero dizer para vocês que espero, que não sendo Presidente da República em maio do ano que vem, que os companheiros se lembrem do Lula ex-presidente, porque ex-presidente sem mandato, nem vento bate nas costas, nem vento. Mas eu espero ser convidado para falar bem do próximo Presidente, que eu tenho certeza, certeza absoluta que o povo quer que continue o mesmo programa de governo para cuidar do povo pobre deste país. Durante cinco séculos os ricos ganharam. Agora chegou a vez do povo trabalhador ganhar a sua fatia na riqueza nacional, disse Lula.
Pré-candidata à Presidência da República, a ministra Dilma Rousseff parabenizou as centrais sindicais pela luta travada nos últimos anos e destacou as principais conquistas do governo Lula.
Em seu discurso, a ex-ministra Dilma Rousseff afirmou que enquanto o mundo rico e desenvolvido contabiliza altas taxas de desemprego, por conta da crise internacional de 2008, o Brasil bate recordes seguidos de geração de empregos formais. Mais de um milhão de pessoas compareceram à festa que teve apresentações de artistas locais e nacionais.
“Hoje é o dia que os trabalhadores do mundo comemoram as suas conquistas e defendem suas lutas. Em muitos países do mundo hoje é um dia de luta contra o desemprego porque o desemprego se espalhou pelo mundo depois desta crise. O Brasil é um dos poucos países do mundo em que nós comemoramos recordes e mais recordes na geração de empregos. Para nós é um dia de festa, porque nós comemoramos também várias conquistas e muitos que estão aqui contribuíram para ela”, disse Dilma.
Para o presidente do Sindpd, Antonio Neto, a festa serviu como uma grande manifestação para as centrais (mesmo em atos distintos) reafirmarem as bandeiras de luta em torno da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e pela ampliação dos direitos, bem como na defesa do aprofundamento das mudanças que o Brasil está passando, que se dará através da eleição da companheira Dilma Rousseff para presidente e do companheiro Michel Temer para vice.
“Sem dúvida, a Força Sindical, o companheiro Paulinho, a CGTB e seus dirigentes, estão de parabéns por esta festa vibrante, um evento cívico que será de fundamental importância para o processo político brasileiro, que colocou o povo diante de seu maior líder, o presidente Lula, e que consagrou o prestígio e a representatividade crescente do movimento sindical”, completou.
Em sua intervenção, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (Paulinho), rebateu a campanha da mídia de que o evento tinha cunho eleitoral e por isso teve o patrocínio parcial de empresas estatais.
Paulinho lembrou que as centrais convidaram o ex-governador de São Paulo José Serra para o evento, mas ele não compareceu. “Convidamos Serra para o evento, mas ele não veio por dois motivos: para que a imprensa fique falando que estamos fazendo política e porque ele não gosta de trabalhador”, afirmou.
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– Íntegra do discurso do Presidente Lula
– Áudio do discurso do Presidente Lula
– Vídeo do discurso da ex-ministra Dilma Rousseff
– Cobertura Blog do Neto
– Jornal Nacional
– R7
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