Quem acreditava que a falta de respeito à democracia e aos trabalhadores já havia chegado ao ápice na Prodesp se enganou redondamente. Para tanto, basta ver a decisão tomada pela direção da empresa em represália aos membros do Conselho de Representantes dos Empregados que não se curvaram diante da tentativa de não pagar o aumento integral conquistado pelo SINDPD: sindicância e suspensão. Não fosse o bastante, a empresa decidiu ainda extinguir o CRE.
Contra esta arbitrariedade, o SINDPD ingressou com a ação na Justiça e promoveu uma grande panfletagem nas sedes da Prodesp em Taboão da Serra, em São Paulo. As sedes dos Poupa Tempos de São Paulo e do interior também foram inundados com o panfleto do sindicato que manifesta toda a solidariedade aos membros do CRE, denuncia a tirania da Prodesp e conclama os colegas à mobilização para dar um basta na ação dos filhotinhos da ditadura.
Leia a íntegra do boletim.
ABAIXO A TIRANIA NA PRODESP
Os melhores filhos do nosso país dedicaram grande parte de suas vidas, muitas vezes literalmente, para que hoje nós tivéssemos a liberdade de lutar por dias melhores e por condições dignas de trabalho. Existem muitos crimes imperdoáveis. Contudo, a tirania e a ação unilateral dos que se consideram os príncipes de plantão, que se colocam no direito de atentar contra a liberdade de organização dos trabalhadores, não estão fora desta qualificação.
Não existe outra comparação possível para o que estamos, infelizmente, vivendo na Prodesp. Esta empresa que já foi exemplo de democracia, de consideração com os seus trabalhadores e, acima de tudo, de respeito aos princípios éticos e probos, se transformou num arremedo de ditadura e desrespeito à livre e legal organização dos trabalhadores.
Parte da direção da empresa, do alto de seus cargos comissionados, decidiu perseguir, suspender, cancelar e impedir a livre manifestação do Conselho de Representantes dos Empregados junto à Empresa, entidade de 27 anos de existência, que notadamente contribui para o aperfeiçoamento das relações trabalhistas dentro da companhia e tem por objetivo harmonizar estas relações e sugerir idéias que levem ao crescimento da organização, como tem feito por todos esses anos.
Mas isso não é suficiente para sensibilizar a direção da Prodesp no sentido de respeitar a organização do CRE. Tais ações intimidatórias são, na verdade, represália porque alguns companheiros do CRE decidiram não se calar diante da tentativa de suprimir o aumento salarial conquistado pela categoria, não aceitaram se submeter aos desmandos de uma turma que pretende desmantelar a Prodesp e uniram as suas vozes ao descontentamento que se alastra por todo o corpo de profissionais da gloriosa Prodesp. Em suma, está sendo promovida uma arrogante e irresponsável perseguição política.
Não conseguem entender a importância do dialogo entre empresa e trabalhadores, incomodam-se com a nossa legitima pressão, e num momento inusitado, na história de 40 anos da Prodesp, iniciaram um movimento com o firme propósito de amedrontar o corpo funcional, com a realização de sindicâncias descabidas, ameaças veladas, que culminaram com a suspensão funcional dos empregados que compõem a mesa diretora do CRE, em seguida publicam decisão que extingue o próprio conselho, contrariando de forma escancarada a Constituição Estadual.
Logo em seguida divulgaram informe mudando toda a regra da representação e convocando a eleição que deverá indicar um conselheiro representante dos empregados, e, pasmem, excluindo a participação de qualquer um que tenha sofrido punição disciplinar, ou seja, os atuais membros não poderiam se candidatar, ficando claro o movimento orquestrado para pressionar os trabalhadores, e impedir a manifestação do seu descontentamento que toda esta situação que vem provocando.
O SINDPD não poderia se calar diante de tamanha arbitrariedade. Estamos tomando todas as medidas jurídicas e políticas para impedir que este absurdo persista. A forma de atuação da direção da Prodesp, repetimos, está se dando no campo mais retrógado que se podia imaginar, por desconsiderar o direito elementar de organização da representação dos trabalhadores, aplicando sem o menor constrangimento a lei da mordaça, tentando calar e desarticular aqueles que se manifestam na defesa dos direitos dos trabalhadores, quando a empresa informou que não iria aplicar o dissídio coletivo conquistado pelo SINDPD, na negociação coletiva com o SEPROSP o sindicato patronal.
Por este motivo, conclamamos os companheiros a dar todo apoio ao CRE da Prodesp. Vamos nos unir para defender os nossos direitos. Não esqueçamos para o ditador começa sempre com o nosso colega, amanhã o perseguido pode ser você.
Vamos à luta! Viva a livre organização dos Trabalhadores!
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