As centrais sindicais (CUT, Força Sindical, Nova Central, CGTB, CTB e UGT) vão encaminhar um documento à Presidência da República para pedir uma audiência com Dilma Rousseff. Na pauta do encontro, sindicalistas vão reivindicar o salário mínimo de R$ 580, acima dos R$ 540 que o Executivo propõe. Além disso, as centrais também vão solicitar a correção da tabela do Imposto de Renda (IR) de acordo com a inflação de 2010, que foi de 6,47%, e um reajuste de 80% do percentual aprovado para o valor no caso dos aposentados que ganham acima do mínimo.
Com o objetivo de pressionar o governo, o presidente da UGT, Ricardo Patah, adiantou que as centrais planejam manifestações em capitais brasileiras. No dia 18, está programado para acontecer o primeiro ato, na Avenida Paulista, em São Paulo. No dia do aposentado, 24 de janeiro, devem ocorrer outras manifestações.
“Estamos unidos e vamos exercitar esse formato de mobilização, que tem sido um sucesso”, disse Patah. Segundo ele, as ações dos sindicalistas serão adequadas às reações do governo. “As manifestações serão canceladas se o governo ceder”, acrescentou.
Vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres, ressaltou que a política de valorização do mínimo é uma das melhores estratégias para Dilma cumprir a promessa feita no discurso de posse e ao longo da campanha eleitoral, de erradicar a pobreza no país.
O presidente da CGTB, Antonio Neto, cobrou a promessa feita pela presidente durante a campanha, quando disse que daria um aumento real para os trabalhadores diante da proposta de seu adversário José Serra (PSDB), de dar um mínimo de R$ 600.
Patah também rejeitou o argumento de que o governo precisa fazer um reajuste fiscal para controlar a inflação, e, por isso, não poderia dar reajuste maior. “A política de valorização do salário mínimo foi fundamental para o Brasil ser um dos últimos países a entrar na crise financeira e um dos primeiros a sair. [o reajuste] Não se trata de um indicativo de pressão da inflação, embora tenha influência no consumo”, afirmou.
Sobre a correção da tabela do Imposto de Renda, as centrais não descartam a possibilidade de entrar na Justiça caso o governo não ceda. “Vamos repetir o que foi feito no governo FHC (Fernando Henrique Cardoso), quando recorremos aos procedimentos jurídicos para conquistar a correção”, declarou Antonio Neto. Ele lembrou que 2010 foi o único ano em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não corrigiu a tabela do Imposto de Renda conforme a inflação do ano anterior.
Fonte: Fernando Taquari | Valor
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