O Sindpd esta realizando uma série de atos políticos e panfletagens nas empresas da base para convocar os trabalhadores à assembleia do dia 12 de março que irá deliberar sobre a greve da categoria. Além dos quase 40 mil sócios que recebem a convocação diretamente, a meta do sindicato é atingir as principais empresas nesta primeira fase da mobilização. Stefanini, Tivit, Procwork, CPM Braxis, Prodesp, Prodam, BRQ, Softtek, Politec, Datasist, Prologos, Adp, Hp, Orservice, Bematech, Printlaser, Tecban, Engebras, Totvs, Tecnoset, Spreed, T system são algumas das empresas abrangidas.
“Este é o primeiro passo, esclarecer bem a categoria e fazer uma assembleia bem representativa para que o processo de paralisação inicie de forma consistente e abrangente. Num segundo momento, partiremos para os tomadores de serviço. Já estamos conversando com grandes empresas para mostrar que os seus parceiros não respeitam os trabalhadores e muitos deles fazem contratações ilegais”, disse o presidente do Sindpd, Antonio Neto.
A mobilização realizada pelo Sindpd na campanha salarial já é considerada um grande sucesso pela direção do sindicato. A grande repercussão nos meios de comunicação e a intensa participação dos trabalhadores através dos fóruns de debate no site do Sindpd demonstram que o movimento está em ampla expansão.
Como toda ação tem a sua reação, as empresas também estão tomando suas providências. Enquanto muitas procuram o Sindpd para negociar acordos individuais, outras tentam evitar, em vão, que seus funcionários tenham acesso às informações divulgadas pelo sindicato.
“Estamos sem acesso ao site do Sindpd desde meados do ano passado. De acordo com a política de segurança da empresa, a mensagem passada é que o site contém conteúdo impróprio para ao desempenho das atividades profissionais”, alertou o companheiro Danilo por meio de um comentário.
“Esta semana recebemos muitas denuncias de empresas que bloquearam o acesso ao site do sindicato e muitas já impediam que os nossos e-mails chegassem aos trabalhadores. Isso mostra o desespero de alguns empregadores, que se desgastam ainda mais com o profissional que ajuda a sua empresa. Contudo, isso não é um impedimento para nós, pois chegaremos via jornal, correio, panfletagem, rádio, carro de som, manifestação, pela imprensa, enfim, nenhum trabalhador de TI de São Paulo ficará sem saber sobre o nosso movimento”, alerta Neto.
Comentários
O site do Sindpd se transformou num portal para a manifestação dos profissionais de TI. Além de muitos comentários dando força ao movimento, alguns trabalhadores denunciam as más condições e as ilegalidades promovidas por algumas empresas. O Sindpd não divulga o verdadeiro nome do profissional e o seu contato para preservar a sua integridade, mas todas as denúncias estão sendo averiguadas pelo sindicato e encaminhadas para as autoridades competentes.
“A Tivit do senhor Luis Mattar é uma dessas empresas. Enquanto ele tem uma fortuna, milhares recebem um salário miserável de R$ 510,00, o que não compra nem uma dose do whisky que ele toma”, reclama um funcionário.
Outro companheiro afirma que “nós, da CPMBRAXIS, estamos esgotados de tanto trabalhar. É muita cobrança, tem gente ficando depressiva. Esta empresa cresce com o sofrimento das pessoas que nela trabalham. SINDPD, por favor, investigue as péssimas condições de trabalho e ambiente que estamos submetidos. Com certeza apoiaremos a manifestação dia 12/03”.
Um trabalhador da Procwork faz um relato sobre a injustiça do vale-refeição. “Recebemos R$ 7,64 por dia de VR. No prédio da empresa existe um “restaurante” chamado Lanchnet que oferece um prato de comida a 8,30 e uma lata de refrigerante a 2,80. Se você pedir nota fiscal paulista eles riem da nossa cara. Como pode??? Na região em que trabalhamos, um prato de comida não sai por menos de 12 reais. Se acrescentar um suco ou um refrigerante, não gastará menos do que 15! Ou seja…o que nos pagam de vale-refeição não da nem pra chegar a metade do mês. Parece piada, mas não é!”.
“Peço ao sindicato atenção especial aos funcionários da Atos Origin Brasil (Cenesp ) pois estamos com salário muito baixo, não temos PLR, e a Atos está comprando novas empresas e não dá valor algum aos funcionários, pois graças a eles é que a Atos está tendo lucros e enriquecendo os seus acionistas no exterior. Olhem pela gente”, afirma um trabalhador da empresa.
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