Por meio da Pesquisa de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTI), o IBGE apresenta dados sobre a atual situação do mercado de TI no Brasil. O estudo feito com 2.008 empresas mostra que a receita bruta de serviços das companhias do setor no país, com 20 ou mais funcionários, totalizou R$ 39,4 bilhões, em 2009. Segundo o presidente do Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores de TI), Antonio Neto, “o estudo do IBGE mostra que o setor vem crescendo de forma considerável, mas ainda não está explorando a sua capacidade plena, especialmente com relação ao mercado externo. O desafio para o setor, trabalhadores e empresários, é transformar as oportunidades estão surgindo em resultados, apostando na qualificação e na valorização dos profissionais da área”, analisa.
Além disso, o estudo revela que 11,1% das empresas pesquisadas têm receita superior a R$ 30 milhões, sendo responsáveis pela geração de 75,6% da receita total do segmento. Este índice mostra que a produção do setor está concentrada em poucas, porém, grandes empresas de TI.
A exportação dos serviços também chama atenção. A Pesquisa contabilizou uma receita de R$ 2,1 bilhões, correspondente a 5,4% do total da receita bruta das empresas de TI pesquisadas, valor considerado pequeno se comparado com os grandes exportadores, como Índia, Alemanha e Estados Unidos.
Entre os motivos deste baixo índice de exportação destacam-se a dificuldade do país em capacitar a mão de obra especializada para o setor, o custo da folha de pagamento por conta de impostos pagos pelas empresas e a precariedade da estrutura de banda larga no Brasil.
A produção nacional de software foi outro destaque. O setor totalizou R$ 13,0 bilhões,
33,1% da receita de serviços de TI em 2009.
Veja na íntegra a pesquisa feita pelo IBGE
PSTI: Em 2009, produção nacional de software totalizou R$13 bi, um terço da receita total de serviços de TI
Em 2009, a receita bruta de serviços e subvenções das empresas que oferecem serviços de informática no país (conhecidas como empresas de Tecnologia da Informação – TI) com 20 ou mais pessoas ocupadas totalizou R$ 39,4 bilhões, dos quais 43,0% (R$ 16,9 bilhões) se concentraram em três produtos/serviços: desenvolvimento e licenciamento de uso de software customizável (personalizável) no país (R$ 5,9 bilhões, ou 14,9% do total), consultoria em sistemas e processos em TI (R$ 5,6 bilhões, ou 14,1% do total) e software sob encomenda para projeto e desenvolvimento integral ou parcial (R$ 5,5 bilhões, ou 14,0%).
A produção nacional de software (customizável, não customizável, sob encomenda e embarcado) totalizou R$ 13,0 bilhões, 33,1% da receita de serviços de TI em 2009 e três vezes a receita de representação e/ou licenciamento de uso de software produzido no exterior, que é de R$ 4,4 milhões (11,1%).
Das empresas pesquisadas, 11,1% tinham receita superior a R$ 30 milhões e foram responsáveis pela geração de 75,6% da receita total. Em relação à diversificação, as empresas com um produto, que somavam 46,4% do número de empresas, foram responsáveis por 28,0% da receita bruta de serviços, enquanto que as com 2 a 4 produtos (42,7% do total) predominaram no segmento, com 45,5% da receita.
A exportação dos serviços contabilizou uma receita de R$ 2,1 bilhões, correspondente a 5,4% do total da receita bruta e subvenções das empresas de TI pesquisadas, valor considerado pequeno se comparado com os grandes exportadores, como índia, Alemanha e Estados Unidos.
Essas e outras informações estão disponíveis na Pesquisa de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTI) 2009, estudo que, pela primeira vez, mensurou a oferta de serviços de informática no Brasil, investigando 2.008 empresas com 20 ou mais pessoas ocupadas, que são as mais expressivas em termos de receita nessa área de serviços.
O texto completo da pesquisa está disponível no link: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/psti/2009/default.shtm
Três atividades concentram 43% da receita bruta de serviços de informática
Dos R$ 39,4 bilhões de receita bruta de serviços e subvenções das empresas de tecnologia da informação com 20 ou mais pessoas ocupadas, R$ 16,9 bilhões (43,0%) se concentraram em três produtos/serviços: desenvolvimento e licenciamento de uso de software customizável (personalizável) no país (R$ 5,9 bilhões, ou 14,9% do total), consultoria em sistemas e processos em TI (R$ 5,6 bilhões, ou 14,1% do total) e software sob encomenda para projeto e desenvolvimento integral ou parcial (R$ 5,5 bilhões, ou 14,0%).
Somados, os serviços de desenvolvimento e licenciamento de uso de software próprio no país, (customizável, não customizável, sob encomenda e embarcado) totalizaram R$ 13,0 bilhões em 2009, correspondendo a 33,1% da receita de serviços de TI no ano e três vezes a receita de representação e/ou licenciamento de uso de software produzido no exterior, que foi de R$ 4,4 milhões (11,1%).
Outros serviços que se destacaram pela contribuição para a receita bruta total foram: processamento de dados (R$ 4,7 bilhões, ou 12,1%), suporte e manutenção de software (R$ 3,3 bilhões, ou 8,4%), representação e/ou licenciamento de uso de software customizável desenvolvido por terceiros, no exterior (R$ 2,9 bilhões, ou 7,4%) e o desenvolvimento e licenciamento de uso de software não customizável desenvolvido no país (R$ 1,5 bilhão, ou 3,8%).
Na abordagem por porte das empresas pesquisadas e distribuição de receita bruta dos serviços de TI, aquelas com receita anual até R$ 5 milhões respondem por 55,8% do total de empresas, porém geraram apenas 5,0% da receita de serviços, enquanto as empresas com receita superior a R$ 30 milhões (11,1% do total) foram responsáveis pela geração de 75,6% da receita.
Empresas com 2 a 4 produtos respondem por 45,5% da receita
A análise de especialização e diversificação das empresas revelou que aquelas consideradas altamente especializadas (com 1 produto) eram maioria (46,4% do número de empresas) e foram responsáveis por 28,0% da receita bruta de serviços. Já as especializadas com diversificação (com 2 a 4 produtos) representaram 42,7% do número de empresas e foram predominantes no segmento, respondendo por 45,5% da receita. As empresas diversificadas (com 5 a 9 produtos) e as altamente diversificadas (10 ou mais produtos) constituíram, juntas, 10,9% das empresas e foram responsáveis pela geração de 26,5% da receita.
Com base na atividade principal desenvolvida, segundo categorias da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) versão 2.0, observa-se a predominância de empresas compreendidas na atividade de desenvolvimento e licenciamento de programas customizáveis (27,3% do total), responsáveis pela geração de 31,0% do total da receita das empresas pesquisadas. Destacam-se, ainda, as empresas de consultoria em TI (participação de 17,8% no total da receita bruta e subvenções), desenvolvimento de programas sob encomenda (participação de 17,4%) e tratamento de dados (12,8%).
Empresas com mais produtos geram 49,4% da receita de exportações
O segmento de serviços de TI contabilizou, em 2009, uma receita de R$ 2,1 bilhões (US$ 1,1 bilhão) proveniente da exportação de serviços, correspondente a 5,4% do total da receita bruta e subvenções das empresas de TI pesquisadas. A receita de exportação pode ser considerada baixa em comparação com a da Índia (maior exportador mundial, com US$ 50 bilhões), Alemanha (US$ 17,9 bilhões), EUA (US$ 13,4 bilhões), Reino Unido (USS 13,0 bilhões), Israel (US$ 6,8 bilhões), China (US$ 6,2 bilhões) e Canadá (US$ 5,0 bilhões). As exportações brasileiras ficaram próximas das do Japão (US$ 1,0 bilhão). Os dados internacionais são da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Germany Trade & Investment.
As empresas diversificadas (com 5 a 9 produtos) e altamente diversificadas (com 10 ou mais produtos) foram responsáveis por 49,4% do valor das exportações. As empresas com receita acima de R$ 30 milhões geraram 88,7% do total da receita nacional de exportação.
Por atividade principal, as empresas de desenvolvimento de programas customizáveis foram as mais representativas em relação à receita total de exportação (55,8%). As empresas de desenvolvimento de programas não customizáveis ficaram com 19,0%. Já em termos relativos – comparando-se o impacto das exportações na geração de receita de cada atividade – o desenvolvimento de programas não customizáveis apresentou a maior proporção de receita de exportação (14,0% da sua receita).
Os Estados Unidos apareceram como o principal país de destino para os produtos de TI, com geração de R$ 1,5 bilhão, correspondendo a 72,7% do total da receita de exportação. O México configurou-se como o segundo destino, com 3,8% da receita, e as exportações para o Mercosul ficaram em terceiro lugar, com 3,1%.
Serviços têm maior demanda de TI, com ênfase em finanças e telecomunicações
O setor de serviços foi responsável pela geração de 51,8% das receitas brutas, com destaque para as atividades de finanças e de telecomunicações, que representaram, respectivamente, 18,3% e 10,0% da receita. Em segundo lugar ficou o setor público, com 18,2% da receita.
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