São Paulo, 05 de Maio de 2011
Por REDAÇÃO COMPUTERWORLD
Em 2010, as despesas e investimentos do setor bancário em Tecnologia da Informação (TI) atingiram 22 bilhões de reais, crescimento de 15% sobre 2009. Os números são referentes a pesquisa “O Setor Bancário em Números”, divulgados hoje (04), pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). No ano passado, as despesas com TI ficaram em 15,4 bilhões de reais, aumento de 13% sobre o ano anterior e os investimentos alcançaram 6,6 bilhões de reais, valor 19% superior ao do ano anterior.
Segundo o responsável pela pesquisa, Gustavo Roxo, em 2010 houve uma recuperação dos gastos com TI no setor. “Em 2009 houve uma retração dos investimentos por causa da crise. Os bancos definem o orçamento do ano seguinte no último trimestre do ano corrente. No mesmo ano o planejamento ocorreu na fase mais aguda da crise.” Em 2009 os gastos com TI tiveram aumento de apenas 4% em relação a 2008 e, no ano passado as despesas com tecnologia recuperaram a trajetória histórica de forte crescimento. “Esses números mostram que os investimentos em TI aumentam acima da média de despesas do setor, o que significa que os bancos vêem em TI uma importante alavanca para suas estratégias de crescimento.”
Em 2010, mais uma vez as despesas e investimentos com hardware tiveram o maior peso, alcançando 6,4 bilhões de reais, equivalente a 29% do total gasto com TI. Na comparação com 2009, houve um crescimento de 23%. Com 22% de participação no total de gastos, o segmento de telecomunicações atingiu 4,8 bilhões de reais no ano passado, 15% maior que o de 2009. Já as despesas e investimentos com infraestrutra cresceram 11%, para 3 bilhões de reais. Já os gastos com softwares in house cresceram 33%, para 2,9 bilhões de reais, ante um crescimento de apenas 2% das despesas e investimentos com softwares desenvolvidos por terceiros, que atingiu cerca de 4 bilhões de reais.
A pesquisa apurou que nos últimos dois anos os gastos com softwares in house substituíram as despesas e investimentos dos bancos com softwares de terceiros. Entre 2008 e 2010, os gastos com desenvolvimento próprio aumentaram 24%, e as despesas com softwares terceirizados caíram 22%. Para Roxo, o fenômeno é explicado pelo movimento de fusões do setor, quando a instituição financeira unifica seu sistema com o do banco adquirido. Por conta do porte de um projeto de unificação, acabam optando por não terceirizá-los. “Os projetos são muito grandes quando há troca de plataforma e integração bancária. Esse tipo de projeto leva à utilização maior de softwares internos. Com o fim dos processos de consolidações do setor os gastos com softwares terceirizados tende a aumentar.
Em 2010 a quantidade mainframes dos bancos tiveram uma expansão de 31%, para atingir 698,6 mil de MIPS (Milhões de Instruções por Segundo). Outro destaque foi a quantidade de storage em discos, que subiu de 17,8 mil unidades para 22,1 mil unidades, um aumento de 24%. “Os números mostram um crescimento consistente dos investimentos em processamento centralizado por parte dos bancos”, disse Roxo. O executivo também destacou o aumento dos números de dispositivos remotos, que tiveram aumento acima dos equipamentos centralizados.
Chama a atenção a queda dos investimentos em terminais de Caixa e o aumento de 11% nas estações de trabalho, PCs e notebooks, que configuram mudança significativa na forma de operação do sistema financeiro. Não àtoa, o crescimento do uso do internet banking e do mobile bankink e a consolidação dos caixas eletrônicos, e a queda de uso de cheques e de transações na boca do caixa, foram destaques da pesquisa.
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