Nos dias 15 e 16 de abril, o presidente do Sindpd, Antonio Neto, participou de debate sobre os problemas globais enfrentados pelos trabalhadores da empresa IBM. Promovido pela Global Union Alliance, associação que representa os funcionários da IBM em alguns países, o encontro aconteceu na Suíça e discutiu ações unitárias para enfrentar as práticas desleais adotadas pela empresa, que privilegia os lucros a qualquer custo e em detrimento dos profissionais de TI.
No encontro global, Neto apresentou denúncia sobre a atuação da IBM no Brasil. O processo, enviado ao Ministério do Trabalho em fevereiro, foi traduzido para três idiomas e entregue aos representantes dos 14 países que compunham a mesa de debates. Nele, o Sindicato evidencia a errônea classificação da empresa como pertencente à categoria dos comerciários, estratégia adotada para não conceder os benefícios e direitos assegurados pelo Sindpd na sua Convenção Coletiva de Trabalho, como a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, benefício conquistado desde 2011, o pagamento de adicional de até 100% de hora extra e reajuste salarial acima da inflação.
"Negar o direito dos trabalhadores de TI da IBM enfraquece a categoria e desmotiva os próprios profissionais, que não estão sendo devidamente representados. Trata-se de uma situação vergonhosa, pois a todo o momento a empresa se apresenta como sendo uma companhia de Tecnologia da Informação. Continuaremos lutando para estender os benefícios conquistados pelos trabalhadores de TI aos profissionais da IBM", afirmou o presidente do Sindpd.
Segundo relatório apresentado no seminário, a IBM estabeleceu um plano estratégico para garantir o aumento da receita. A empresa, antes fundamentada em inovação e desenvolvimento de hardware, transformou-se em companhia de serviços com participação acionária, cujas metas precarizam a vida dos trabalhadores.
De acordo com a Alliance, a empresa iniciou o ano eliminando alguns postos de trabalho na Europa, Ásia e América do Sul, sob a justificativa de frear custos e atingir o objetivo de distribuição de dividendos no valor de US$ 20 por ação. Além das demissões, a IBM pretende colocar alguns trabalhadores em regime de licença, vender ativos e recomprar ações. Estas, entre outras medidas, integram a estratégia para aumentar a receita da gigante tecnológica.
Em fevereiro deste ano, o portal Ti Inside publicou matéria sobre a queda no número de funcionários da empresa e, ainda, destacou o relatório interno elaborado pela Sanford C. Bernstein & Co que prevê corte de funcionários em escala global. Segundo o levantamento, a IBM deve eliminar 13 mil empregos em todo o mundo.
A Union Informatica – Sindicato que representa os trabalhadores da IBM na Argentina – encaminhou carta ao Sindpd em apoio à situação enfrentada pelos funcionários da multinacional em São Paulo. A entidade afirmou que os argentinos também sofrem com a precarização da mão de obra imposta pela empresa. O secretário-geral da Union, Andrés Ignacio Arnaldo, disse que a categoria luta pelo pagamento de horas extras de acordo com o estipulado pela Legislação Argentina (50% de segunda a sexta e 100% aos sábados e domingos) e remuneração de horas noturnas. "Ao ler o relato da luta no Estado de São Paulo, reconhecemos as semelhanças com nossa batalha e nosso nascimento como sindicato. Acreditamos que a colaboração com nossos colegas brasileiros é fundamental para aprofundar os laços entre nossos países e para a construção da tão postergada justiça social latino-americana", concluiu o secretário-geral.
Desde julho do ano passado, trabalhadores da IBM de São Paulo e Hortolândia iniciaram um abaixo-assinado online e entraram em contato como Sindpd e o Ministério do Trabalho para pedir a troca de categoria sindical. Em pouco mais de uma semana, mais de 800 assinaturas já haviam sido colhidas. Hoje, já são mais de 1471.
Clique aqui e acompanhe a petição online organizada pelos trabalhadores da IBM.
Confira o processo enviado ao Ministério do Trabalho.
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